domingo, 28 de junho de 2009

FELIZES DOS POBRES DE ESPÍRITO

.

A IGNORÂNCIA CONTRIBUI PARA A FELICIDADE?

Afinal a maioria dos portugueses é feliz, pensei que não. Compreendi agora porque reagem assim e tantos são felizes, apesar de serem roubados, levarem tareia a torto e a direito pelas dificuldades com que lidam quotidianamente, eles sorriem e parece que andam nas nuvens, no céu, no paraíso à beira-mar plantado Eles são quase analfabetos, vêem futebol e telenovelas, embriagam-se e pouco mais fazem, até fazem muito menos meninos…

Sendo assim quero ir-me embora. Não quero partilhar o meu dia-a-dia com seres que não pensam ou se pensam devem pensar noutra dimensão, numa alucinada. Qual será a dimensão dos analfabetos ou quase? Mesmo apesar de uns quantos até serem licenciados… Bem, isso não quer dizer nada, o meu cão é licenciado pela CML e não sabe ler. Pois, deve ser isso. São canudos à la Sócrates. Mas o meu cão é feliz, vê-se. É feliz porque o tratamos bem, é da família. Não é o caso dos donos deste país, tratam quase todos mal, menos a família e os amigos.

Então, e mesmo a serem maltratados são felizes?

Mas que merda de estudo foi este? O estudo não terá sido feito por licenciados analfabetos, ou quase? Felizes, uma ova! Só se responderam assim para não os chatearem e não se sentirem ainda mais infelizes!

Vede, com os vossos próprios olhos.

Estudo é apresentado em Lisboa

Portugueses são pobres
estão desmobilizados mas consideram-se felizes

Público - 28.06.2009 - 20h10 - António Marujo

Pobres, desmobilizados mas, apesar disso, felizes. Somos assim, os portugueses? No final do estudo Necessidades em Portugal – Tradição e Tendências Emergentes, os investigadores viram-se perante um país socialmente muito frágil, pouco capaz de se mobilizar individual e socialmente. Mas, apesar disso, com altos níveis de satisfação e felicidade.

Há dados conhecidos que o estudo confirma – os que se relacionam com níveis de desigualdades sociais ou taxas de pobreza, por exemplo. Mas Teresa Costa Pinto, socióloga do Centro de Estudos Territoriais, do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), diz que a investigação trouxe novidades: “Algumas dimensões da privação alargam-se a outros grupos que não estariam nos 20 por cento de pobres.”

Cerca de um terço da população vive “um contexto de precariedade” e está preocupado “com a sua sobrevivência”, indicam os resultados. A impossibilidade de pagar uma semana de férias fora, manter a casa aquecida (32,6 por cento não o conseguem) ou não usufruir da baixa médica total por razões económicas ultrapassam em muito os 20 por cento de pobres. O índice resultante do inquérito diz que 35 por cento dos portugueses têm uma privação alta ou média. Mais de metade (57 por cento) tem um orçamento familiar abaixo dos 900 euros.

Confirmam-se ainda outros dados conhecidos: o universo dos mais vulneráveis (que revelam mais sentimentos negativos) coincide com os idosos, as famílias monoparentais, os menos instruídos. Há aqui duas novidades: os mais jovens começam a enfrentar situações de vulnerabilidade; e as qualificações superiores também já não garantem emprego seguro.

Estas condições deficientes ou más coincidem com o nível de satisfação com a vida: em Portugal, ele é dos mais baixos, comparado com outros países da União Europeia. Mas o grau de satisfação (6,6 numa escala de 1 a 10) está claramente acima do ponto médio da escala, tal como o da felicidade (que chega aos 7,3 em 10).
.

Sem comentários: