domingo, 16 de janeiro de 2011

JÁ NÃO PODEMOS DAR MILHO AOS POMBOS, QUALQUER DIA NEM PÃO!

.

Há crise, já não podemos dar milho aos pombos mas podemos continuar a sustentar excessivos parasitas na Assembleia da República e excessivas mordomias a políticos reformados que estão no activo e cada vez mais garbosos avaros, mais ladrões.

“Isto está mau, muito mau.” É o que se ouve. É o que se vê. Mas está mau para quem? Está mau para os causadores desta crise? Está mau para os políticos? Está mau para os grandes empresários? Eles estão mesmo em crise, como nós? Por ventura os produtos de luxo que anteriormente adquiriam deixaram de ser importados por não se venderem? Ou será que eles continuam a comprar tudo do melhor e de mais luxuoso? As estatísticas demonstram que tudo que é de luxo, mas mesmo de luxo, não sofreu quebras nas vendas. A tendência até é para aumentarem as vendas. Isso significa que para aqueles não haverá aperto de cinto e que até nem se importam de continuar a gastar tanto ou mais como antes da crise.

Em contrapartida os portugueses da ralé, os que produzem e ainda não foram atingidos pelo desemprego, andam com uma mão atrás e outra à frente. A ralé anda num grande sufoco financeiro e a deitar as mãos aos poucos cabelos que ainda não lhes caíram. Cortam nisto e naquilo. Cortam na alimentação, numa ou outra mordomia, nos estudos dos filhos, nos passeios, nas aquisições de produtos básicos e que na actual sociedade não são nada do outro mundo. Trabalham e produzem para que se justifique poderem beneficiar de algum conforto mas essa prerrogativa já não é válida.

Caindo no desemprego ainda se complica tudo muito mais. A miséria espreita e avança. A tristeza, a revolta, os danos psicológicos… podem levar, vão levar, ao suicídio de muitos. As estatísticas dirão sobre isso dentro de um ano ou menos. O sufoco é geral, excepto para uns quantos.

Os reformados… Nem se fala. Com reformas de miséria não se pode ir longe. Cada dia pior. As doenças não são enfrentadas e combatidas como deviam. Dinheiro para as farmácias já quase não há. Ou não há mesmo. Em contrapartida vimos políticos a beneficiar de 3 ou mais reformas principescas. Cavaco Silva é um deles. A mulher não.

Tomando por verdade o que ele ainda há dois dias afirmou em plena campanha eleitoral, numa arruada em Viseu, a mulher tem de reforma pouco mais de 800 euros. E ele acha pouco e indevido, injusto. Então o que achará sobre as reformas daqueles portugueses que pouco mais de 200 euros recebem? E sobre os que recebem cerca de 100 euros? Enquanto PM o que fez Cavaco para que assim não acontecesse?

Cavaco é um dos exemplos e Alegre outro. Mas há muitos mais com benefícios imerecidos e injustos, excessivos. A moral de indivíduos que se escudam no facto de terem sido políticos, ainda serem políticos em exercicio, para sugarem o mais possível de vantagens para eles próprios na elaboração de leis que atempadamente aprovaram, é uma moral nojenta e demonstra quanto as suas mentes são perversas. E é nestes autênticos chulos que os portugueses votam, sem darem a oportunidade de saber como outros em que eventualmente votassem se comportariam. Até poderia acontecer que fizessem o mesmo ou ainda pior, mas sem se experimentar não podemos pronunciar-nos e resta-nos somente ter a esperança de que seria melhor e diferente. Isso não vai acontecer. Dá a sensação de que os que os elegem gostam de sofrer, de serem roubados nos seus direitos básicos. Estamos entregues aos “bichos” e a esperança foi coisa que já morreu. A valer-nos, só a revolta. Essa só desabrocha depois de muito sofrimento, de muita privação, de muita miséria. Um dia. Talvez.

Até lá já não haverá os velhos que dêem milho aos pombos desta Lisboa, como se via pelos jardins da capital e noutras partes do país. Não tarda que nem dêem pão cortado aos bocadinhos, migalhas, aos ditos. Há crise, já não podemos dar milho aos pombos mas podemos continuar a sustentar excessivos parasitas na Assembleia da República e excessivas mordomias a políticos reformados que estão no activo e cada vez mais garbosos avaros, mais ladrões.
.

Sem comentários: