quinta-feira, 5 de maio de 2011

BARACK OBAMA, O CRIMINOSO MENOS PROCURADO




CONTINUEMOS À ESPERA DOS JORNALISTAS E DA DEMOCRACIA

Podia gastar por aqui o meu latim a pronunciar-me de como se abre a gaiola das cobras e lagartos para lançar aos jornalistas, mas não quero. Vamos ver se não me violento ao longo da prosa. Até porque jornalistas já há muito poucos e eu não estou para melindrar os que ainda o são mas que estão na “prateleira”, no desemprego, na reforma antecipada, debaixo de terra por alegada insanidade mental a que dão o nome de suicídio. Sobre jornalistas, que falem os verdadeiros jornalistas. Por mim, considero, não passei de jornaleiro. Nunca estive nem estou na disposição de perder a minha coluna vertebral!

Mas eis que uma jornalista tece considerações sobre jornalistas. A lauda está aqui: A BARBÁRIE E A ESTUPIDEZ JORNALÍSTICA NO CASO DA MORTE DE BIN LADEN .

A Elaine Tavares, a senhora mesmo jornalista – dá para perceber - prosou no Correio do Brasil e também fez abordagens aos cachorros que nas redações passam a vida a roer biscoitos e a abanar as caudas.

Na verdade, as mentes perversas (porque o são) dos que agora nos fazem saber o que se passa pelo mundo limitam-se a relatar o que se passa e o que se passou emprestando enorme naturalidade a crimes praticados pelos dos poderes políticos e económicos. Algumas vezes recebem desse "serviço" contrapartidas em ordenados muito acima da média, outras nem por isso. Uns e outros ficam com estigma semelhante ao perderem parcial ou totalmente a coluna vertebral. Nota-se muito bem quando eles ficam com aquele ar flácido e pegajoso. Nas televisões é muito mais fácil presenciarmos a mutação daquelas espécies ainda consideradas humanas.

Foi assim que em milhares de jornalistas por todo o mundo vimos, assistimos a narrações, à prática de violações do direito internacional às ordens de um mais que provável criminoso chamado Barack Obama, sem que por longas e demoradas horas houvesse um só dos relatores da prática dos crimes que não recorresse à auréola do falso sensacionalismo sem procurar encontrar quem pudesse questionar relativamente à legitimidade da ação a fim de nos esclarecer. A ação foi o assassinato de Osama Bin Laden. A ação foi Obama e os apaniguados terem assumido as funções de polícias, juízes e carrascos. A ação foi legitimar a vingança como algo de muito natural e até louvável, descendo ao nível do terrorista Bin Laden e de outros. Quanto a isso nem uma tentativa de pôr em dúvida e esmiuçar sobre a legitimidade de algo que, para quem ainda conserva a coluna vertebral, é crime. Um crime praticado por uma nação dita democrática e de direito… os EUA. Há imenso tempo que muitos de nós temos as nossas sérias dúvidas (ou já não) sobre determinadas ações dos EUA, mas os jornalistas de agora não. O que os EUA fazem é perfeitamente natural e legal. E se não é passa a ser. E é descrito com tal naturalidade que isso mesmo os legitima a serem uma nação terrorista... mas dentro da legalidade… Que ironia.

Entre outras coisas também uma simples letra separa um criminoso de outro - Obama e Osama. O primeiro acabou por assassinar o segundo… Muitos aplaudiram, sem pensar ou porque têm igualmente mentalidades criminosas. Osama proporcionou o lugar contrário a Obama, que passou a ser o criminoso menos procurado.

Nem preciso de gastar muito mais palavras sobre tudo isto. Elaine, a jornalista sul-americana, já o fez e muito melhor que eu. Assim sendo enfio a viola no saco e fico à espera que os “pudins-flan, gelatinas e ratos de redação" despertem, reavenham as suas colunas vertebrais e passem a ter a função que profissionalmente lhes compete: informar e formar, em vez de alienar e dar cobertura a crimes inadmissíveis por via da omissão. Caso contrário somos nós e é a democracia que perde. Como está a perder. Não é por acaso que já mal conseguimos sobreviver nesta espécie de democracia que não o é, nem sabemos sequer para onde caminhamos. Caminho bom não está a ser, de certeza absoluta. Fiquemos à espera dos jornalistas, talvez ainda surjam, profissionais como devem ser. Eles podem ajudar a que caminhos melhores se nos deparem no futuro se decidirem cumprir a função correta no exercício da sua profissão. Haja pachorra e esperança!


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