quinta-feira, 20 de outubro de 2011

SARKOZYS FELIZES APESAR DE CAUSAREM A INFELICIDADE DE MILHÕES





Hoje venho aqui falar… Interrompo… Esta frase transportou-me para uma canção de Sérgio Godinho em que canta: “Hoje venho aqui falar, de uma coisa que me anda a atormentar…”, pode ouvir. Infelizmente não é só uma coisa que nos anda a atormentar. Basta de interóito.

Direto ao assunto: Diz o Jornal de Notícias e outros que "Sarkozy descreve nascimento da filha como "alegria profunda" . Interessante, que ele experimente aquela alegria profunda. Infelizmente há indivíduos que também hoje foram pais ou mães e que apesar de adorarem os filhos e filhas que acabaram de nascer experimentam uma terrível sensação de insegurança. de apreensão e mágoa, talvez tristeza, ao enfrentarem a realidade ao procurarem perspetivar o futuro de seus filhos ou filhas. Haverá até os que com toda a legitimidade poderão olhar para os seus filhos e filhas recém nascidos sabendo que nasceram para serem escravos, empurrados para essas circunstâncias por indivíduos como Sarkozy. Mas os Sarkozys desta era do novo esclavagismo sentem-se seguros sobre seus futuros e dos seus herdeiros, recém nascidos ou até de maior idade. Aquilo que recebem por paga do conluio com a alta finança e corporações que implantaram a ditadura dos mercados e nos empurra cada vez mais para este esclavagismo moderno dá-lhes a confiança necessária para enfrentarem com felicidade o futuro. Estão na mó de cima.

As memórias humanas são curtas e as dos Sarkozys também. Está provado historicamente que muitos dos filhos dos senhores dos grandes impérios pagaram com língua de palmo pelos erros dos pais quando esses mesmos impérios caíram. Se os Sarkozys deste mundo se lembrassem disso era bem provável que até sentissem também eles alguma insegurança e, como os outros pais acabados de olhar e sentir seus filhos recém nascidos, experimentassem alegria mas muita apreensão relativamente ao futuro. E o mesmo podemos dizer de Merkel, talvez pelos netos, e de tantos outros. Talvez pelos netos de Cavaco e os filhos de Passos Coelho, ou de Sócrates… De muitos outros, agora a sentirem-se pujantes, poderosos, inabaláveis, mas que podem muito bem estar a cavar futuros negros para os seus descendentes, como aconteceu com outros impérios e aos em conluio com outros “imperadores”. A história está repleta desses terríveis exemplos, de pagarem os justos pelos pecadores, neste caso de pagarem os inocentes (descendentes) pelos culpados. Pelos que com manhas carregadas de deslealdade, hipocrisia, egoísmo e ganância servem os seus senhores da ditadura dos mercados.

É evidente que em Portugal Cavaco Silva, José Sócrates, Passos Coelho, Paulo Portas, Durão Barroso e tantos dos outros, que se governaram em vez de nos governarem, devem meditar muito bem nos seus futuros e nos futuros dos seus familiares, sabendo que a história repete-se constantemente entre séculos e milénios e que talvez chegue a hora de ajustes de contas injustos mas que podem voltar a acontecer. As grandes dificuldades, a miséria e a fome são quase sempre motores de selvajarias e desumanidades enormes que acabam por vitimar descendentes daqueles que causaram essas mesmas circunstâncias, mesmo depois de muito tempo passado. A história assim o diz. Ser feliz quando se é causador de políticas e ações que causam a infelicidade de milhões quase sempre tem preço elevado para os próprios ou, muitas vezes injustamente, para os seus descendentes. Sabendo isso, quem deles pode sentir alegria e felicidade? Só mesmo os Sarkozis.

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