quarta-feira, 11 de abril de 2012

UM SALTO DO QUASE NADA PARA O MANOEL DE OLIVEIRA



Os tempos estão muito exigentes por via das políticas regressivas no todo do sistema em que o mundo ocidental teima em viver - sobreviver será o termo mais correto. Daí não a impossibilidade de não conseguir ser tão assíduo na contribuição para este blogue. Mas lá vamos, devarinho, alimentando algo que até sem ter importância sempre estabelece um elo comunicacional que prezo, julgo que poderei afirmar com propriedade que prezamos. Eu e os poucos mas de boa vontade que por aqui passam.

Hoje vai ser dia de acrescentar mais algumas postagens repescadas do Página Global, onde colaboro e onde escrevi isto ou aqueloutro de variados temas. Uns leram, outros não. Francamente, a minha memória já está tão gasta que por vezes nem eu me lembro de prosas que escrevi. Pode ser que alguém de vós se encontre na mesma situação. E assim quase que é prosa nova. Sorriam, não pateiem, nem apupem. A não ser que tenham mesmo muita vontade disso. A liberdade de expressão em primeiro lugar.

Agora por apupos e pateadas. Sabiam que o realizador Manoel de Oliveira, reconhecido e laureado nacional e internacionalmente, foi pateado e apupado quando apresentou o seu primeiro filme de maior vulto num cinema de Lisboa?

É verdade. Foi no cinema Eden, na Praça dos Restauradores da Independência (Portugal esteve ocupado pela Espanha), em Lisboa. Manoel apresentou o documentário "Douro Faina Fluvial", nos anos 30, estava presente na sala... E ouviu a maior pateada "do mundo" - segundo ele - assobios e apupos que "se tivesse um buraco para se enfiar nem pensava duas vezes e atirava-me para lá" - disse ele. E agora é vê-lo. Incompreendido por muitos e valorizado por uns quantos. Não tem uma obra fácil, é verdade. Mas permitam que use um termo que creio ter sido o único a usar sobre Manoel: ele pinta no celulóide. Predisponham-se a apreciar as obras de Manuel, deixem-se envolver no tempo duradoiro e "chato" dos quadros que pinta no celulóide, e decerto que deixam de dizer que aquilo "é uma pasmaceira", aquilo "é muita areia para a minha camioneta". Na realidade Manoel é um mestre do cinema português. Um artista nascido em 1908 que ainda pinta no celulóide e é reconhecido como um grande vulto do cinema.

Credo! Vejam lá onde a prosa foi parar!

Mas eu não tenho nada que ver com o Manoel, hem. Nem na prosa, nem na idade... Nem em nada. Guardo a recordação de ele agradavelmente me pôr sempre doente, esgotado, sem querer por que... A mim e a muitos outros. Isso são outras histórias, que um dia talvez saltem para aqui. Longa vida ao Manoel e um grande obrigado!

Importante, ou talvez não. Hoje é dia de atualizar mais um pouco o Página Lusófona. Tenham paciência que nas próximas horas este título já não é cabeçalho.

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