sábado, 26 de abril de 2008

ATUL KHARE: TEMPO DE MUDAR E IR “BAHONA”


NOS CORREDORES DA ONU É CONSIDERADO INEFICAZ
MAS PÚBLICAMENTE ELOGIAM-NO, QUEM COMPREENDE?

Sobre o estado em que Timor está, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado teve alguma coragem em pôr o dedo na ferida, ainda que muito moderadamente e de forma diplomática – como deveria ser.
É sabido que Atul Kahre é comentado pelos corredores da ONU como sendo ineficaz, apesar de publicamente o elogiarem, sem se compreender porquê.
A ONU em Timor, e não só, tem de rever tudo. As missões, no caso a UNMIT, devem existir para assegurarem segurança e avanços na democracia e não o contrário.
O contrário é aquilo que está a acontecer em Timor-Leste mas não há quem ponha a sério o dedo na outra ferida: as ISF.
O exército australiano sempre foi e cada vez mais está a ser um corpo estranho ao processo de estabilização de Timor-Leste por várias razões e também porque está à margem da missão da ONU. Regula-se pelas suas normas mesmo ao arrepio daquilo que possa interessar ao país que diz estar a “ajudar”.

Em 2006, quem permitiu, assistindo impávido, ao incêndio de centenas de casas dos timorenses? As ISF.
Quem permitiu que Alfredo Reinado se evadisse da prisão de Becora acompanhado de meia centena de presidiários? As ISF.
Quem possibilitou a circulação de Alfredo Reinado e seu grupo em 11 de Fevereiro? As ISF.
Quem, segundo acusações de quem afirma sabê-lo, entravou uma ambulância que se dirigia para assistir o PR Ramos Horta? As ISF?
Quem tem morto timorenses ao usar forças desproporcionadas para a contenção de atritos? As ISF.
De quem é a responsabilidade? Da ONU, de Atul Kahre, de Ban Ki-moon, pelo menos.
Junte-se a isto o sentimento de muitos timorenses de que a Austrália e as ISF estão em Timor-Leste comportando-se como um exército de ocupação ao serviço de alguém que não dos timorenses.

Fazendo de conta que nada é assim e que todo o “reino” está nos “conformes” o senhor Kahre assina relatórios cor-de-rosa e omite um dos maiores problemas de Timor-Leste: a marginalidade das ISF.
Evidentemente que elas representam não se sabe bem o quê, mas imagina-se e especula-se.
Evidentemente que se estão nas tintas para a resolução dos problemas timorenses, antes pelo contrário: têm contribuído para a criação e manutenção de uns quantos.
Perante tudo isto o que faz o senhor Atul Kahre? Defende que as ISF passem a integrar uma força multinacional com comando da ONU? Não!
Satisfeito, vai dando palmadinhas nas costas de uns e outros, ineficiente e servil perante os interesses australianos e norte-americanos, como o senhor Moon e muitos mais Moon’s a quem a consciência pelo que se passa no mundo não pesa e que só por isso chegaram onde chegaram.

Está a ficar na hora de o senhor Kahre ir bahona – talvez dirigir a empresa de papel higiénico fornecedora da UNMIT – e vir outro com menos servilismo e “vícios profissionalmente deformativos”.
As ISF devem também acompanhá-lo ou integrarem um comando único da ONU, em que o comando seja de alguém oriundo de outro país. Um país insuspeito e com ausência de interesses em Timor-Leste.
A isso chama-se transparência, coisa de que Kahre e Moon parecem não ser adeptos.

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