sábado, 26 de abril de 2008

QUEM RESPIROU FUNDO APÓS A MORTE DE REINADO?


ALGUMA VEZ VIREMOS A SABÊ-LO?

Estive a reler a entrevista que Alfredo Reinado concedeu a Micael Pereira, do Expresso, em Julho do ano passado, e fiquei ainda mais convencido de que Xanana Gusmão tem sido muito obreiro das lástimas que têm acontecido em Timor-Leste e que acabou por eventualmente deixar convencer-nos ter algo a ver com este atentado a Ramos Horta. O que espanta é não se investigar o que aconteceu até ao fim e inculpar os verdadeiros autores da infindável “crise”, supostamente também Xanana Gusmão.

A ser assim, este homem é um contorcionista de alto gabarito, sinuoso, falso, deslealíssimo aos mais elementares requisitos comportamentais na convivência com os da sua espécie. Há que dizê-lo se disso suspeitamos ou estamos convencidos através de análises no tempo, no espaço, nos factos.

Não ignoro que irei melindrar os que ainda acreditam na nefasta figura; disso não me arrependo mas peço-lhes desculpa pela minha sinceridade. É que também eu apostei no ser humano errado e sabemos que muitos o fizeram, arrepiando agora caminho apesar da desagradável carga imposta pela enorme desilusão.

Alfredo Reinado ao ser instado por Micael Pereira a revelar as verdades que sabia afirmou-lhe que o faria mais tarde e na Justiça, que naquela altura não era tempo para isso, mais tarde…
Fê-lo realmente mais tarde no famoso vídeo em que desmascarou literalmente Xanana Gusmão, e onde afirmou que muito mais haveria para divulgar, porque havia mais. Porque há mais.

Com o maior desplante, o boçal contorcionista que agora é primeiro-ministro, ameaçou tudo e todos – os que pôde – e até os jornalistas, com prisão.
Assim, sumariamente, fora de qualquer quadro legal reconhecido pela sociedade das nações – ONU – denunciando-se como um ditador de meia-tijela, que não queria que se divulgasse o vídeo que supostamente espelha as diatribes que causaram mortes, destruição e instabilidade aos que há dezenas e dezenas de anos tanto sofrem.

Em 11 deste mês mais um negro capítulo, deste drama que é Timor, nos foi revelado.
Logo nos primeiros segundos tivemos a certeza de que a vida do presidente da República, Ramos Horta, fora posta em risco, fora atentada. Horta ficou às portas da morte. Disso ninguém duvidou nem duvida. Com toda a certeza que Horta não teve nada a ver com estas nefastas operações, nem dá para imaginar que seja pessoa para isso. Nunca ninguém o afirmou ou dissimuladamente o deu a atender.
Já o mesmo não se pode dizer sobre Xanana Gusmão. Isto, se relembrarmos aquilo que Alfredo Reinado afaga na entrevista ao jornalista do Expresso, relativamente ao ataque à casa de Taur Matan Ruak, onde a mulher e os filhos do brigadeiro-general passaram um mau bocado.
O que entender daquelas palavras de Reinado? De quem suspeitar? Somando factos, a quem devemos inculpar?
Quem respirou fundo após a morte de Alfredo Reinado e ficou frustrado com a sobrevivência de Ramos Horta?
Alguma vez viremos a sabê-lo?

Ainda no dia 11 deste mês, também o actual primeiro-ministro Xanana Gusmão alegou ter sido vítima de um atentado, cerca de uma hora depois de Ramos Horta. Estou certo que a maioria dos cidadãos do mundo não acreditam que tivesse sido mesmo um atentado. Nem eu.
Descredibilizando Xanana Gusmão estão as incongruências nas narrativas de muitos. Dele próprio, dos da sua escolta, de Salsinha, da sua esposa, do relatório da UNMIT, etc. E está o seu passado, um pouco nebuloso, em determinados aspectos.
Muitos de nós estamos certos de que estas suspeições são legítimas e que terrível será que sejam justas…
Alguma vez viremos a sabê-lo?

Sem comentários: