terça-feira, 27 de maio de 2008

Timor-Leste: FAÇAM HISTÓRIA, NÃO OS IDOLATREM!

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A AUSÊNCIA DEU PARA ME VINGAR… NA ESCRITA

Acabado de chegar, deparei com a Fábrica dos Blogs virada de pantanas, salutarmente, diria.
O espaço do Timor Lorosae Nação está quase integralmente entregue aos nossos prestimosos leitores e comentadores. Isso é aquilo que temos vindo a perseguir.
Vem um diz, vem outro contesta… e de contraditório em contraditório sempre poderemos apurar mais alguns novos elementos históricos e da actualidade dignos de constar para a posterioridade para o esclarecimento do passado, que tanto precisamos no presente e nos poderá ajudar a construir um futuro melhor… ou pior.

Não levem a mal por só agora ter chegado e meter logo o bedelho, mas é que também acho que para aqui sou chamado pelas ligações que tenho com Timor.
Acho muito bem que se avance FAZENDO HISTÓRIA – como diz o título – mas também considero que se é história assim deve ficar. Apurar as verdades, as realidades, os acontecimentos, é uma coisa, mas a pretexto disso fomentar mais ódios e desuniões acho que não será correcto.

Uns eram pró-Indonésia e outros não? Uns era comunistas e outros anti-isso? Uns estão vivos e outros estão mortos? Uns mataram e esfolaram e outros não?
Pois foi. É que, considero eu, todos tiveram muitas razões, as suas (deles) para agirem como agiram.
Considero que a culpa nem sequer foi dos timorenses mas sim da trampa de militares que estavam em Timor-Leste, nas chefias, bem entendido.
Obviamente que a reacção dos jovens que constituíram a Fretilin, essencialmente os inexperientes jovens, foi de querer a independência JÁ!
Fruto dessa inexperiência e Che Guevarismo da treta centenas de milhares de timorenses foram chacinados. A maioria pelos indonésios, mas uns quantos pelos seus próprios irmãos. Culpas têm os da Fretilin de então, da UDT de então, principalmente, mas também de outras organizações políticas que agiam mais pela sucapa, caso da Apodeti.
Isso é história, isso é passado. Afinal, todos têm razão, mais coisa menos coisa. Praticaram-se excessos imensuráveis e inadmissíveis.
Contudo, o que aconteceu foi um problema interno, fratricida. Por esse motivo a comunidade internacional poderia – deveria – ter intervindo – mas para apaziguar e permitir uma transição democrática e pacífica para a independência. Cabia a Portugal fazê-lo. Aos militares da treta.
Cabia à comunidade internacional fazê-lo, aos EUA a coberto das UN, assim como á Austrália… nunca à Indonésia pelas provas existentes contra o regime de Suharto.
A conjuntura da época era assim, quem se tramou foi o “mexilhão”, os timorenses. A actual conjuntura ainda é assim mas com outras roupagens, quem se está a lixar continua a ser o “mexilhão”, os timorenses.

Aprendendo com a história o que será que podemos fazer para que os prejuízos do “mexilhão” diminuam?
Ora, pois, aqui é que está o busílis. Este é o mal de todos os povos: o que fazer?
Está mais do que provado que os regimes comunistas são todos uma grande trampa. Mas também está mais do que provado que os regimes capitalistas não são muito melhores. Podemos respirar um pouco mais à-vontade… mas isso ocorre na Europa, nos USA, na Austrália, Nova Zelândia, etc. Em Timor já não. Em África nem pensar, na Ásia também é uma miséria para a maioria dos povos, na América Latina é aquilo que se sabe, etc.
A maioria da população mundial vive mal! Vive? Sobrevive, quando sobrevive!
Na maior parte dos casos isto deve-se às divisões que são fomentadas pelas elites. As elites estão quase sempre ao serviço de uma espécie de governo mundial liderado pelos que têm aquilo chamado cifrão, consequentemente o Poder de preservar a “estabilidade planetária”. Preservando isto. dizem eles, salvam-se vidas… principalmente as deles, as suas grandes e faustosas vidas!

Não me venham cá com conversas de que estou a divagar, que me deu uma “louca”, porque estou cada vez mais convencido de que esta é a verdade.
Para combater este estado planetário de umas quantas centenas de indivíduos e corporações não sei como fazê-lo, mas sei que ao apercebermo-nos disso devemos andar sempre atentos com aquilo que nos rodeia e com as nossas próprias atitudes. A todos os níveis. Devemos pensar que se nós próprios não somos senhores de toda a verdade com aquilo que connosco se passa no quotidiano porque será que em alturas de eleições consideramos que este ou aquele, com aquela ou aqueloutra bandeira, é senhor da verdade? Devemos dar-lhe crédito (voto) só porque disse aquilo que gostaríamos de ouvir?
Quase sempre, quando se vota assim ou assado, isso acontece. Passados uns tempos estamos a chamar-lhes aldrabões. Ora, pois, ele disse aquilo que queríamos ouvir… mas com a experiência de vida nós sabemos que assim é e que depois ele, aquele ou aqueles em quem votámos, vão fazer o contrário das “promessas” e inventar as desculpas mais esfarrapadas para justificar porque não fazem o que prometeram.
Bolas. É sempre assim!
Evidentemente que trouxas são os que “embarcam” nas palavras dos “espertos” políticos, nós.
Este método de democracia não serve para nós mas serve para eles.
Que outro método se deve aplicar? Não sei! Quem saberá?
O problema não está nos métodos mas sim nas pessoas.
Exactamente por isso não as podemos defender cegamente, como muitos fazem.
No caso de Timor-Leste, como no resto do mundo, de nada adianta defender Xanana, Alkatiri, ou outros. Aquilo que se tem de exigir-lhes é patriotismo e para prová-lo só há uma maneira: não causar divisão entre os timorenses.
Teve razão Ramos Horta quando falou de um Governo de Unidade Nacional!

Tenho eu razão, assim sinto, quando passei a considerar Xanana Gusmão pernicioso para a evolução de Timor-Leste – que ele diz pretender.
Aquilo de que nos apercebemos, fora do país, foi a ocorrência de políticas baixas da parte dos sectores xananistas e da igreja católica relativamente a Alkatiri e à Fretilin. Se praticaram políticas baixas, hediondas, creio que isso foi bastante para provar que não tinham a razão com eles. Exactamente por isso não podiam esperar pelas eleições para derrubar o governo.
Alkatiri e a Fretilin estavam a governar mal? Provavelmente, muito provavelmente sim! De certeza que não estavam a fazer tudo bem.
Havia indivíduos que se aproveitavam das suas posições na elite para cometer ilegalidades? Pois que se acusassem esses indivíduos com provas!
Teriam de ser julgados em tribunal.

Infelizmente aquilo que deu para perceber foi que tudo estava a acontecer como quase em 1975: armarem-se para eliminar os adversários. Xanana por um lado – estou convencido que foi quem começou – Rogério Lobato por outro. E Alkatiri? Sim, não, talvez? Nada prova que sim. Já o mesmo não acontece com Xanana. Vimos indícios mais que claros das suas sucessivas “trapalhices”, para não lhe chamar outra coisa.

Toda esta lenga-lenga a propósito da história. Era bom que em Timor a história não se repetisse e que todos puxassem para o mesmo lado: para o bem-estar do povo. Isso é aquilo que não se vê. Nem anteriormente se viu!
No caso da Fretilin… herdou um país completamente destruído e até fez coisas razoavelmente boas, e bem, mas muitas foram declaradamente más.
Mais importante que regular a intromissão da igreja no ensino oficial, ou os efectivos militares, seria desenvolver as pescas, a agricultura, a indústria, o comércio e cativar investimento… Isso não foi feito com a paixão devida.
Mas lá por não ter sido, o senhor Xanana Gusmão não tinha o direito constitucional ou outro de aproveitar-se para jogar sujo! Isso foi aquilo que fez!

O senhor Xanana Gusmão, se fosse patriota como diz, o mais patriota dos timorenses, acabava com os seus ódios de estimação relativamente a Mari Alkatiri e á Fretilin… e vice-versa.
Porque estou convencido que o principal veneno vem de Xanana, pelas mentiras, pelas tangas, pelos golpes, pelo seu borrifar-se para os deslocados, pela sua escondida noção de incapacidade para governar um país… pela sua falta de honestidade para lidar com os crimes indonésios durante a ocupação, e… Chi, tanta coisa!
Já chega, fiquem bem e não alinhem no jogo deles. Não apostem cegamente nem num, nem noutro, nem noutros. Não os idolatrem. Sejam exigentes!

Parece que a minha ausência deu para me vingar na escrita. Reparo agora que está aqui em cima uma enorme prosa.
Não vou cortar nem uma cedilha ao texto, nem vou deixar que o façam. Aqui, neste blogue, sou eu que mando, na Fábrica o colectivo que se dê ao trabalho de aprovar a prosa ou não, publicar ou não publicar eis a questão. Quem quiser que a venha buscar. Eu hoje estou assim.

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