segunda-feira, 2 de junho de 2008

VOLTAMOS AO MESMO OU… AQUI HÁ GATO?

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HORTA E SALSINHA EM CHÁ DAS CINCO?

Há cerca de quarenta anos, todos em Díli e arredores – até onde chegava a Emissora Oficial do regime salazarista - tomavam o Chá das Cinco através das ondas hertzianas que passassem as montanhas. O éter ficava ensopado em chá todas as tardes, excepto aos domingos. Chá era coisa que não faltava aos dilienses. Logo desde pequeninos o tomavam.

Como quarenta anos será muito tempo para os jovens que neste momento possam ter a paciência de ler esta prosa, melhor será explicar mais um pouco daquilo que estou a escrever através do abraço da metáfora com a realidade.
Retiremos os “rodriguinhos” e diga-se objectivamente que há cerca de quarenta anos havia um programa na Emissora Oficial de Timor – era assim que se chamava – baptizado de “Chá das Cinco”, que ocupava uma boa parte das tardes dos dias úteis (sábado agora é que é um dia inútil) com músicas e conversas de bem. Quero dizer com “bem” que era um programa aprovado e considerado insuspeito pelos do regime de então e pela igreja de então – que era o regime… ou o regime era a igreja…. Um programa essencialmente musical e de cabeça vã, tipicamente colonialista, repudiado em segredo e só abertamente por Íris – patrona das ondas hertezianas e Deusa Grega da famosa mitologia.
Quem o fazia era um belo rapaz de nome Fonseca, da cidade da Guarda, Portugal, furriel miliciano do exército, católico praticante, já anteriormente ligado à Rádio Altitude da Guarda, que namorava uma moçoila – como dizia – da aldeia mais portuguesa de Portugal: Monsanto.
Já agora, o Fonseca está bem e recomenda-se. Ligado à Altitude e à moçoila de Monsanto, pois claro!
Já me perdi!

Recomeçando e referindo só o chá, parece que dá para perceber que Ramos Horta está a recuperar bem e que, como pode, lá vai voltando ao mesmo: atropelando os juízes por se achar o maior.
Apetece-me pedir-lhe para fazer o favor de olhar bem para o seu lado direito, para o lado esquerdo, para a sua frente e reparar nas caras que certamente muito poderão contar sobre o atentado que sofreu. Já agora, senhor presidente, o melhor é nunca mais lhes virar as costas.
Lá estou eu outra vez a perder-me.
Ah, está aqui o caminho: PR atropela juízes, achando-se o maior.
Mas afinal porque é que estou aqui com tantos apartes? Livra! Eu sei porque é. Quero escrever tudo e assim acabo por não escrever nada perceptível.
Ora, então vamos lá novamente.

TIPO TELEGRAMA

Horta quer falar com Salsinha. Salsinha quer falar com Horta. Horta pede a juizes autorização para Salsinha ir à sua residência. Juiz (internacional) diz que não. Horta não se conforma e “marra” novamente com juizes. Volta a pedir e manobrar para que deixem mesmo Salsinha ir à sua residência. Juiz (outro) finalmente autoriza e desfaz na decisão do colega (internacional) por pressões do presidente. Notícia sai: Salsinha vai falar com presidente à sua residência. Pessoas dizem: Salsinha vai comer o resto dos bolinhos (feitos por Xanana?) e beber um cházinho ou café. Outras pessoas dizem: E porque não!? Se Rogério pode ir comer lagostas para a Malásia porque não pode Salsinha ir a casa do presidente que até é muito perto do presídio?
Todos têm razão!
Se há alguém que pode não ter razão será Ramos Horta. Parece que escolhe propositadamente os caminhos mais escabrosos para chegar onde quer. Então não podia ir à prisão falar com Salsinha? Tudo sem originar celeumas e fricções? É que ser presidente da República não é ser super e estar acima das leis. A prova está que à conta das suas alarvidades levou com dois balázios.
Mas quando é que este rapaz tem juízo?!
Esperemos que não volte ao mesmo.

Evidentemente que Horta deve falar com Salsinha. Deve ouvir e ficar a saber o que ele tem para contar… o que não deixa de ser estranho é que Salsinha optou por não contar nada ao tribunal. Será que agora já tem a versão da história conveniente convenientemente actualizada e memorizada? Xanana por certo que já falou com Salsinha – lá foi mais um chá e uns bolinhos – e lhe reavivou a memória.
Pois, coitado do Salsinha… teve uma “branca” na memória. Também, agora pouco importa, vai sair tudo da pildra. Ora digam-me lá se assim, com tantos indultos, valeria o trabalho estar a investigar mais sobre o atentado e sobre o “atentado”?
Imaginemos… Isto é só imaginação. Imaginemos que Xanana Gusmão até tinha a ver com a “caldeirada” do 11 de Fevereiro… Então, e agora iam gastar dinheiro a investigar? E prendiam-no para quê? Está tudo indultado! Então ele também! Assim não se faz tanta despesa! Nem se perde um primeiro-ministro! Nem será preciso ir para eleições tão depressa! Claro!
Nisto, Horta tem razão. Perdoa-lhes!
Ele, Horta, até vai ser contratado para a nova versão do programa televisivo “Perdoa-me”, no novo mapa-tipo da CNN.
Vai lá o Bin Laden pedir perdão aos pobres americanos que perderam milhares de familiares, vai Bush pedir perdão aos primos de Sadam e aos iraquianos pelas centenas de milhares de pessoas que têm matado, vão lá Tony Blair, Durão Barroso, Fidel, José Eduardo dos Santos, Mugabe, Putin, Mao Tsé Tung, Pinochet, Kissinger, Kurt Waldeim, Hitler, Sócrates, Salazar, Franco, Mussolin, De Gaule, Aznar, Margaret Tatcher, Nixon, Estaline, Pol Pot e… tantos outros entre os quais também Xanana. Nessa tarefa é que Horta será bem aplicado! Um Nobel da Paz entre as feras! Ah, de certeza que irá pacificá-las e o mundo ficará melhor.
Esta coisa de Horta querer falar com Salsinha… aqui há gato!
Bolas, já me perdi outra vez!

TELEGRAMA

Adeus vírgula não vos chateio mais ponto
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Nota à parte e desagradável: Apercebi-me da chuva de mails que me estão a enviar porque a Fábrica está parada, avariada e entupida de programas espiões, CIAs, KGBs e Tosses Convulsas. Está ali um bico de obra que a blogger qualquer dia "corre" connosco. Vai ser uma alegria e lá tenho eu de me "chegar à frente" na ajuda aos meus companheiros de lides blogueiras.
Já lá vai, companheiros, o bombeiro já lá vai!

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