Chovia potes, desviei-me, não fossem partir-me a cabeça e saltarem-me as ideias como molas da roupa, com cuecas e peúgas misturadas com o estendal. Abriguei-me enquanto os potes choviam. No chão eram só cacos, imensos. As cacas ficaram todas excitadas à procura do seu par. Uma caca, bruta, violou logo ali um caco. E ele deixou. Gostou tanto que se cacou mais.
Parou de chover. Dificilmente se andava como devido. Os cacos eram demais e lá tínhamos de subir e descer aquelas montanhas de barro, aos berros de “có licenca”. Qual quê, os cacos rasteiravam-nos. Caiamos de trombas e ficávamos todos cacados..
Chegou o lixo do carro e pôs-se a carregar cacos. As cacas gritavam. Malucas. “Não nos levem os nossos homens”. As cacas estavam possessas. “Deixem o lixo do carro aqui, temos lixas para acasalarem com os lixo”. Ai, ai! Depravadas sexistas!
Achei melhor sair dali e descansar um pouco daquela chinfrineira. Entrei na loja dos tomates e pedi dois, para trincar logo ali, enquanto o empregado fazia os ais da praxe e do preço. Com a crise os tomates estão muito mais caros… e raros. O velhote da mesa ao lado também é dessa opinião. Ele estava todo agitado e olhava para baixo à procura sabia lá eu de quê.
“Perdeu alguma coisa?” Fui-lhe perguntando, enquanto também eu já olhava para o chão. Para ajudar a encontrar, sabia lá eu o quê.
“Os meus tomates desapareceram”, disse o velho. “Pois, já era de esperar”. Disse o empregado enquanto dava mais uns ais para a mesa do canto, cheia de tomates sumarentos a perder de líquido, por estarem pelados.
“Mas como é que lhe desapareceram os tomates? Perguntei. “Ora, até nem desapareceram exactamente. Ele deixou-os mirrar, não os regava, e os tomates reciclaram-se.” Esclareceu-me o empregado.
“Reciclaram-se?” Perguntei admirado. “Sim, transformaram-se em grelos. Agora andam por aí a fazer-se à vida.” Compreendi. O velho sem tomates já tinha ido embora. Provavelmente à procura de grelos. Por mim foi o que fiz, logo que saí da loja. Passado um pouco estava todo grelado.
Parou de chover. Dificilmente se andava como devido. Os cacos eram demais e lá tínhamos de subir e descer aquelas montanhas de barro, aos berros de “có licenca”. Qual quê, os cacos rasteiravam-nos. Caiamos de trombas e ficávamos todos cacados..
Chegou o lixo do carro e pôs-se a carregar cacos. As cacas gritavam. Malucas. “Não nos levem os nossos homens”. As cacas estavam possessas. “Deixem o lixo do carro aqui, temos lixas para acasalarem com os lixo”. Ai, ai! Depravadas sexistas!
Achei melhor sair dali e descansar um pouco daquela chinfrineira. Entrei na loja dos tomates e pedi dois, para trincar logo ali, enquanto o empregado fazia os ais da praxe e do preço. Com a crise os tomates estão muito mais caros… e raros. O velhote da mesa ao lado também é dessa opinião. Ele estava todo agitado e olhava para baixo à procura sabia lá eu de quê.
“Perdeu alguma coisa?” Fui-lhe perguntando, enquanto também eu já olhava para o chão. Para ajudar a encontrar, sabia lá eu o quê.
“Os meus tomates desapareceram”, disse o velho. “Pois, já era de esperar”. Disse o empregado enquanto dava mais uns ais para a mesa do canto, cheia de tomates sumarentos a perder de líquido, por estarem pelados.
“Mas como é que lhe desapareceram os tomates? Perguntei. “Ora, até nem desapareceram exactamente. Ele deixou-os mirrar, não os regava, e os tomates reciclaram-se.” Esclareceu-me o empregado.
“Reciclaram-se?” Perguntei admirado. “Sim, transformaram-se em grelos. Agora andam por aí a fazer-se à vida.” Compreendi. O velho sem tomates já tinha ido embora. Provavelmente à procura de grelos. Por mim foi o que fiz, logo que saí da loja. Passado um pouco estava todo grelado.
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