quinta-feira, 30 de abril de 2009

AJUDAR A MARTA, OS HUMANOS E A GENTE LINDA QUE AINDA EXISTE

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Cá para mim, para com os meus botões, hoje estou sorumbático. Razões não faltam mas uma delas sobrepõe-se a todas as outras, chama-se Marta, chamam-se Martas, chamam-se principalmente crianças. Lindas e frágeis criancinhas doentes, com doenças que nem devemos desejar ao nosso pior inimigo.

Há dias, guiado por amigos no Facebook, deparei com um movimento solidário chamado AJUDAR A MARTA. Inteirei-me sobre o que tratava e fiquei retido a olhar para os olhos de uma menina que parecia vender saúde, paz, lealdade e uma enorme inocência. De certeza que possui tudo isso e ainda mais de bom, excepto saúde.

A Marta foi inaudita e abusivamente invadida por leucemia. Quis o destino, a vida, o diabo ou os deuses zangados, atacá-la com tremenda injustiça e abalar-nos com esta realidade. E os pais, família e amigos quotidianos de Marta, o que não sofrerão? Como era bom que tudo não passasse de um pesadelo e que acordássemos todos transpirados, mal dispostos até, mas que sorríssemos quando abríssemos os olhos e que nos apercebêssemos de que tinha sido um terrível pesadelo. Mas, não é. Ou por outra, é um pesadelo nesta realidade que é a vida.

Nas mesmas circunstâncias da Marta quantas crianças não estarão a viver este drama? Quantos pais estão permanentemente a levar com estes “murros” no estômago e no âmago do seu amor pelos seus filhos? Força, pais! Força, Martas deste mundo! Força às crianças anónimas e sofredoras do terceiro mundo, que nem de condições desfrutam para saberem que têm esta terrível doença.

Mas no mundo ainda há gente boa, solidária, linda. Até eu, carcaça velha, a caminhar para o fim da linha, talvez na penúltima estação do comboio da vida, sinto regozijo e calor humano ao saber que ainda há muita gente linda. São a minha, a nossa, esperança de que esta vida e este mundo ainda poderão vir a ser melhores e que os nossos filhos, netos e bisnetos disso poderão vir a usufruir. Essa, era uma muito boa onda. Ya!

Percebe-se no Facebook uma enorme vontade de AJUDAR A MARTA. Dou por mim a pensar o que poderemos fazer ainda mais para terminar este pesadelo em que a Marta e os pais estão permanentemente. Sinto-me impotente para ajudar, e frustrado. Contacto os Conselhos Directivos das escolas dos meus filhos e deparo-me com a burocracia.

Pois muito bem, irei ser burocrata, seus chatos, palermas, com falta de capacidades de iniciativa para mandar ministros às urtigas para não perdermos tempo e andar, e resolver, e lutar… para AJUDAR A MARTA.

Vamos lá então, seus atrasados mentais. Seus humanos robotizados que me fazem ferver o sangue e me rejuvenescem por tanta indignação me emprestarem. Educados e assertivos… Hipócritas, alguns, pelo menos.

Certo, vou inundar-vos de papéis e mandar-vos à merda quando tudo estiver resolvido, com pais e alunos das escolas a ficarem sensibilizados para este caso, da Marta, dos pais da Marta, das Martas, dos Martos, dos Mártires desta sociedade, dependentes dos que passam o tempo a olhar para o umbigo das folhas A4; uma simples folha de papel desumanizada e arrancada a uma árvore qualquer que até nascera algures para nos dar oxigénio, sombra e belas vistas… mas que a deitaram ao chão, derrubaram-na e trituraram-na, como parece que querem fazer à nossa humanidade.

Ao ataque, aos papéis! Vão levar comigo. Para tentar ajudar a Marta e também a nós próprios, humanos que restam, nesta arena dos cifrões e do supérfluo.

Tenho muita fé que tudo acabe em bem.

Nota: Antes que perguntem se já me constitui dador e/ou mobilizei a minha família para esse efeito, esclareço que temos uma “coisa” chamada talassemia, que é hereditária – pouco ou nada nos afecta – e que nos exclui da possibilidade de sermos dadores em casos destes…

SAIBA O MAIS POSSÍVEL SOBRE A MARTA – Pesquise também em AJUDAR A MARTA… e ajude.
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