segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

OS POLÍTICOS PALHAÇOS

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As chefias do Jornal de Notícias, de rabinho a dar-a-dar, lá retiraram a confiança ao jornalista Mário Crespo por via de um texto de opinião que deveria ser publicado mas que não foi, por citar conversas de políticos e de um servidor da RTP, durante um almoço em hotel de luxo. O lixo foi alimentar-se no luxo, como de costume.

Que os políticos da actualidade são uma cambada de palhaços já sabíamos. Não todos, mas bastantes. Pior é que não sabemos exactamente os que são e os que não são. Eles encobrem-se uns aos outros e me parece que nem eles próprios sabem se são palhaços ou não. Têm dias. O que não estava provado, que saiba, era a ausência de coluna vertebral dos poderes de decisão do Jornal de Notícias – sujeito de que não fixei o nome, nem o lugar de chefia que ocupa. É mais um aleijadinho sem coluna vertebral.

Contou-me uma mosca que zunia no gabinete do dito senhor que ele levou as mãos à cabeça quando leu “O Fim da Linha”, peça de opinião que Mário Crespo enviara para a habitual coluna de opinião que tinha naquele jornal. Aquilo é que foram umas dores de barriga! O tipo falava sozinho – segundo disse a mosca zunideira. “Mas isto não pode ser publicado, senão eu lixo-me. Mas o que dirá Sócrates?” Acho que perguntava de si para si em estranho diálogo solitário que nem por isso era um solilóquio. “E agora o que devo fazer? Nada! Nem dás um passo para publicar isto”, respondia-se. “Melhor é isso mesmo, o Sócrates já me mandou vários recados indirectos sobre os abusos deste Mário Crespo, ainda o fez naquela de “O Palhaço”, dizia, coçando a moleirinha onde a careca já fizera estragos e a mosca cumprira o que Aleixo havia dito sobre a careca do doutor. “Sim, o melhor é mesmo não publicar, até pode acontecer que seja promovido, que um dia integre um governo…” E os olhos esbugalharam-se de regalo perante aquela sua agradável ideia, contou a mosca. A mosca disse-me que o sujeito se chama Gelatina, mas não creio. Foi só para preservar a identidade da fonte. Julgava ela que nada disto se viria a saber. Claro. Moscas!
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Conclusão evidente: se não existissem lambe-botas tão servis deixavam de existir políticos palhaços.

O palhaço

Por MÁRIO CRESPO – Jornal de Notícias – opinião – 14 Dezembro 2009

O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.

O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.

Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.

O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.

E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.

Ou nós, ou o palhaço.
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1 comentário:

Anónimo disse...

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