NUCLEAR? NÃO, OBRIGADO!
Desfiando a conversa da semana e dos acontecimentos que durante ela ocorreram comecemos pela NATO e os seus generais assassinos, até ao Portugal borreguista e cobarde. Pelo entre temas sobressai a valentia e o exercício da cidadania em defesa da verdadeira democracia em Espanha. Um outro tema estava para ser incluído, abordando a energia nuclear e o perigo que pode representar a eleição para primeiro-ministro de Passos Coelho, que juntamente com Cavaco Silva – um mini presidente da República – já há muito se denunciaram como apoiantes de uma central nuclear em Portugal. Não nos admiremos se, depois de eleito, Passos Coelho emparelhar com Cavaco Silva para que optemos por tão perigosa e devastadora fonte energética. Em caso de acidente com proporções médias veremos mais de metade de Portugal inabitável e impróprio para produzir ou até para simplesmente servir de lazer, para além das mortes e doenças inacabáveis. O trato desse assunto e do perigo que ambas as personalidades atómicas representam não foi aqui incluído por suscitar significativo aumento da prosa. Futuramente será abordado e razoavelmente documentado. Importa é não esquecer que aqueles amigos do nuclear são dois presunçosos desonestos que nem em campanhas eleitorais abordam o assunto de suas convicções. Entretanto pensemos seriamente no que poderá acontecer se aqueles desfrutarem em simultâneo do controle total dos poderes políticos. Irão pugnar pela construção de uma central nuclear em Portugal por questões economicistas sem tomarem em consideração que já na Europa se está a abandonar aquele perigosíssima fonte de energia. Miremos o Japão neste seu último acidente. Coisa que o liberalismo selvagem de Cavaco e de Passos Coelho minimizam. Preferindo olhar para as vantagens economicistas. Se existem todas as razões sensatas para dizermos NUCLEAR? NÃO, OBRIGADO! - também faz sentido agirmos de acordo com CAVACO – PASSOS COELHO? NÃO, OBRIGADO! Não fosse a cobardia e o nacional borreguismo e assim aconteceria. Assunto a abordar em breve.
NATO - GENERAIS ASSASSINOS
Podemos dizer que vai de vento em popa a matança de civis inocentes e inofensivos de qualquer idade ou sexo lá pelo Afeganistão, o mesmo podemos dizer sobre a matança de civis líbios e em outras partes do mundo onde a NATO, os EUA e os aliados – incluindo Portugal – se arrogam no direito e na impunidade de assassinar indiscriminadamente as populações que os generais assassinos apontem. Escusado será dizer que os militares robotizados, a bordo de seus tanques e aviões ou navios, obedecem cegamente, em cumplicidade absoluta, aos generais assassinos, que por sua vez vêm obedecendo aos políticos assassinos que obedecem às grandes corporações e complexos interesses económicos – que vão desde o petróleo à produção e compra-venda de armamento. “Negócios” em que os políticos debicam e lhes rendem milhões além de mordomias futuras.
A estes generais, políticos, empresários, corporações e demais associados dos crimes contra a humanidade - que envolvem a NATO e os exércitos das principais potências, EUA, Inglaterra, França, Alemanha, etc. – ninguém lhes imputa os crimes que praticam, que ordenam, que estudam e traçam estratégia ao pormenor. Aos crimes praticados classificam-no como danos colaterais… É esta a democracia e o humanismo dos EUA e da Europa. É onde cada vez mais assenta a selvajaria do chamado mundo ocidental, sem que na realidade os europeus ou os norte-americanos escorracem de uma vez por todas os políticos criminosos que têm eleito e que por esta hora já deviam estar a ser julgados num tribunal internacional por práticas de crimes contra a humanidade, a par de assassinos sérvios, de Kadafi e de tantos outros que servem de pretexto para os crimes da NATO.
A propósito, neste dia, como em tantos outros, é notícia que “Afeganistão: Pelo menos 14 civis morreram em ataque das forças da NATO”. Estes são aqueles de que vamos tendo conhecimento mas ninguém duvide de que as atrocidades e matança e em muito maior escala.
A REVOLUÇÃO EM ESPANHA E OS ARRUACEIROS DO FUTEBOL
Espanha está em efervescência. Quer verdadeira democracia. Quer controlar os políticos. Quer criminalizá-los e acabar de vez com as suas impunidades em roubos categóricos e evidentes ao considerarmos as suas fortunas após alguns anos de atividade política. O povo, principalmente a juventude espanhola, ocupa há duas semanas ruas e praças de Espanha em contestação aos políticos e políticas atuais. Conscientes das realidades, pacificamente, manifestam-se e gizam modos democráticos de pôr cobro aos esvair dos bens públicos para as contas bancárias de uns quantos criminosos a gozar de impunidades absolutas. São centenas de milhares por toda a Espanha, em praticamente todas as cidades, vilas e aldeias que manifestam e mostram apoio, solidariedade, com os protagonistas das maiores manifestações e resistências, em Madrid e em Barcelona.
Ontem, em Barcelona registou-se uma feroz tentativa do governo para desocupar a praça principal da cidade, onde muitos milhares decidiram acampar e protestar contra as atuais políticas e contra os atuais políticos e suas metodologias do engano. A repressão e violência sobre os jovens contestatários, levada a cabo pela polícia catalã às ordens dos governantes, foi vista por todo o mundo. Foi vista por todos os espanhóis. Em poucas horas Espanha saiu à rua protestando contra a polícia e suas acções em Barcelona, contra que desalojassem os jovens acampados na praça, e a favor dos protestos. Foi assim que vimos o recuo do governo, da polícia selvática, e o restabalecer da ocupação da praça em Barcelona. Assistiu-se ao apoio de pais, avós e amigos dos jovens, gentes de mais idade, que os foram apoiar na praça, pelas ruas, e até ajudá-los a reconstruírem tendas e outros equipamentos destruídos pelos mastins de polícia de choque, a que chamam “mossos”.
A acção do governo em Barcelona era o ensaio para depois desalojarem os jovens manifestantes em Madrid, nas Puertas del Sol. Não resultou. Foram às centenas de milhares que se multiplicaram os acampamentos por toda a Espanha. Multiplicaram-se aos milhares os espanhóis que disseram NÃO À REPRESSÃO e que exigiram VERDADEIRA DEMOCRACIA. Por esta hora o movimento organiza-se e cresce em todos os recantos do país. Pacificamente, democraticamente. Contra os que usam a palavra democracia falsamente com o objetivo de iludirem, vigarizarem e espoliarem os povos em proveito próprio e de seus cúmplices, familiares, amigos e associados.
Mas ontem em Barcelona a polícia, os “mossos”, acabaram por satisfazer as suas vontades de bater sem dó nem piedade, desta feita talvez com alguma razão. Foi contra os desordeiros e alienados do futebol. Antes, contra os manifestantes pacíficos, vimos quão cobardes e nojentos são determinados elementos das polícias… O que impressiona é que umas centenas ou milhares se deixem alienar tão gravosamente pelo futebol e sejam indiferentes aos interesses coletivos que garantam justiça, transparência e verdadeira democracia. Se acaso os “mossos” não malharam em excesso,foi pena as porradas que se perderam no chão e no ar, em legitima defesa física e da ordem democrática que a vasta maioria dos espanhóis desejam e por que combatem segurando a paz e a não violência.
PORTUGAL COBARDE, BORREGUISTA E ALIENADO
Em contraste com Espanha e seu povo sedento de verdadeira democracia, assistimos ao nacional borreguismo em Portugal. No Rossio, em Lisboa, três a quatro dezenas de jovens ocupam um pouco do espaço junto à estátua da principal e emblemática praça. Cartazes e mini-colóquios falam em VERDADEIRA DEMOCRACIA, a exemplo de Espanha e de outras partes da Europa. São trinta ou quarenta voluntariosos e valorosos jovens que ali estão há duas semanas, acampados e mal.
Pior que Espanha, Portugal encontra nos políticos nacionais os mais nojentos mentirosos e os maiores gatunos. Os incumpridores com fugas aos impostos devidos (caso de Cavaco Silva) e uso e abuso de outros métodos de “inteligências” em proveito próprio ou de associados, vão desde o presidente (mini, porque pouco votado) da República (dos borregos) até já nem sabemos quem, dos que se sentam nas várias cadeiras dos poderes. Mas nada. Os portugueses… NADA! Uns quantos até andam a borregar e a berrar pelas campanhas eleitorais com vista à eleição daqueles que mais não têm feito senão vigarizarem-nos. Roubarem-nos, incluindo a dignidade. A maioria esconde-se no “salve-se quem puder”. Outros vão exercendo “caridadezinhas” com um ou mais pacotes de arroz para o Banco Alimentar sem mais fazer. Sem se defenderem e solidarizarem-se com os poucos mas resistentes jovens que se mantêm no Rossio à espera que a cobardia nacional – legado salazarista – termine e dê lugar a um povo que saiba usar dos métodos democráticos e pacíficos para escorraçar as políticas e os políticos que nos conduziram ao atual descalabro nacional.
Em vez disso vimos os portugueses alienados e a voltarem a cair nos engodos dos desonestos que descaradamente ocupam todos os poderes – de Belém a São Bento e um pouco por todo o país. Alienados, levados e estupidamente enlevados em loas. “Levados, levados sim…” Como diz o hino. Levados, porque são cobardes e o que mais seja esta terrível “doença” tão nacional-borreguista que permite a continuação “ad eternum” da posse do poder a velhacos como os que andam sempre por aí pelo país e pela Europa, em nosso nome, a tirar proveitos indevidos na maior das impunidades.
*Também publicado em PÁGINA GLOBAL e em DEBATES CULTURAIS
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