SURKU! SAE ASSU!
Abrir a pestana e dar de caras com um encandeamento chamado Zizi Pedruco nesta estrada da vida tão concorrida leva-nos a olhar o horizonte e a ver o sol para além das nuvens do pessimismo e da apreensão relativa a Timor-Leste. Ainda é cedo neste quadrante ocidental do mundo, está escuro, é noite, está frio na temperatura ambiente e – o raio de uns cinco graus lá fora – está frio na qualidade humana dos dirigentes deste país que por enquanto se chama Portugal. Há pelas ruas, nos cantos e recantos milhares de sem-abrigo, gente com fome, gente injustiçada, governantes e presidente da República e amigos daqueles que são uns Mete-nojo…
Mas eis que quase tudo se esquece nesta hora ao olharmos um blogue de Timor-Leste chamado Timor Hau Nian Doben, onde Zizi Pedruco revela que ali ainda há gente, há pessoas, seres humanos, por aquele lado do mundo. Pessoas que apesar de poderem estar na alcova da elite renegam a putrefação que ela proporciona como condição para que dela façam parte. Quase que esquecemos a abundante miséria que existe no mundo ao sabermos pormenores de feitos simples mas enormes de Taur Matan Ruak, general timorense que não renega os seus e que não teme partilhar a sua pequena abastança - acenada sob forma de pensões e mordomias. Taur, o guerrilheiro timorense, não perde a sua humana e enorme estatura, adquirida através da grandeza do povo a que pertence; rejeitando a pequenez dos que se apossaram, para proveito próprio e de seus mafiosos comparsas, do que pertence ao povo, roubando-o, condenando-o à fome, à miséria, ao livre arbítrio ditado por uma elite constituída por malfeitores da estirpe de um Xanana Gusmão ou de um Ramos Horta. Revelados sacanas do naipe da escória internacional que de um modo ou de outro degeneraram quando tomaram o poder.
Diz Zizi Pedruco através daquele jorrar de luz no referido blogue: “Calem-se seus sacanas!” Diz muito e diz pouco. Por isso acrescento: Calem-se seus chulecos de Timor-Lorosae!
Estou encandeado. Tanta luz, a acreditar na Zizi. Leiam aqui aquilo a que me refiro e vejam lá se não vos acontece o mesmo. É que sabermos da existência de filhos de puta e ladrões que se impuseram na elite timorense, roubando, é frequente. Raro é levarmos com tanta luz nas fuças de um farol chamado Taur Matan Ruak. Assim, qualquer um de nós consegue prever que até vai ter uma bela manhã, um belo dia. Esteja onde estiver. O sol brilhará para todos nós, diz a canção. Hoje até acredito. Felizmente há pessoas e não só monstros disfarçados de pessoas. Monstros que na política e na vida atormentam as maiorias a quem roubam, a quem enganam, a quem exploram numa escala de egoísmo e de ganância inadmissíveis. Escala que um dia será razão bastante para os extirparmos.
E agora vou à vida… Vida tenebrosa, graças a Cavacos Silvas, Passos Coelhos, Sócrates e montanhas de Eteceteras… A sacanagem do costume. Ponho óculos escuros apesar do breu que faz neste meu país, Portugal. Felizmente há sol em Timor Lorosae, de dia e de noite. Já estive mais longe de ir definhar por aí, na Ponta Leste, frente ao Jaco, se possível. Avante!
Calem-se seus bandidos! Surku! Sae assu!
Nota: Se não ler a prosa de Zizi Pedruco quase que fica sem saber da razão desta. Vá lá.
*Foto de A. M. Almeida Serra, em Olhares.
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