sábado, 26 de abril de 2008

ABENÇOADOS OS QUE AINDA TÊM ESPERANÇAS


ÀS VOLTAS DE ATUL KHARE E DA ONU EM TIMOR E NO MUNDO
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Como todos que viajam por este fabuloso cibermundo lá vou eu de volta e meia dar umas espreitadelas aos outros blogues, relacionados com Timor- Leste mas não só. Foi assim que desemboquei no Timor Online e deparei com a tal notícia da prorrogação do mandato da ONU. Até essa parte tudo normal.
Já não considerei normal as esperanças - com reservas, mas esperanças – de um habitual leitor e comentarista daquele blogue, H. Correia, que no final do seu comentário, depois de justamente sarrafar em Atul Kahre termina assim o comentário: “Vamos ver se este novo mandato da UNMIT vai ser aproveitado pelo Sr. Khare para se redimir ou se vai ser mais do mesmo.”
Palavrinha que não resisti a deixar por lá o meu comentário sarrafeiro, mas de louvor aos que ainda têm esperanças.
E então escrevi assim:
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Pensar positivo é óptimo e H. Correia como bom ser humano que devemos prezar não foge à regra. É assim que manifesta esperança no “acordar” de Atul Kare e de toda a orientação estratégica da ONU em Timor-Leste.
Estimo bastante que ainda exista quem sobre a ONU consegue manter pensamentos positivos nos seus procedimentos futuros e fico razoavelmente combalido por não saber analisar os actuais procedimentos ou acções futuras da ONU, em Timor ou fora dela, com tanta esperança nas correcções que imperiosamente devia fazer mas que de ano para ano é sempre mais do mesmo, restando somente aos mais optimistas ter esperanças de melhorias, esperanças que disso não passam.
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Tenho para mim que Atul mais não faz do que seguir as regras do SG daquela descredibilizada organização. Se temos no topo um SG, Ban Ki-moon, completamente dominado pelas políticas norte-americanas e pelos lobys que governam aquela nação, como será possível tudo melhorar e termos esperança de que tal aconteça?
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Em minha opinião, Atul Kahre é um fiel representante dos interesses norte-americanos e australianos em Timor-Leste, a par de Xanana Gusmão e de Ramos Horta, com a ténue diferença de que Ramos Horta é um individuo bem formado e que não esquece determinados ensinamentos da sua “primeira escola”, da juventude. Ramos Horta julga saber onde, como e quando poderá tirar algum partido do cerco imposto pelos interesses das duas potências e com isso beneficiar o país, os timorenses. É diplomata avisado e acima de tudo timorense.
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O mesmo já hoje não se pode afirmar de Xanana Gusmão. Vendeu a alma ao “diabo” quando começou a meter os pés pelas mãos e a comprometer-se com gente estranha e adversa à luta dos timorenses, por uma pátria, por independência e auto-suficiência.
Pessoalmente custa-me bastante analisar assim, sobre Xanana, e disto não sair, mas só o faço – assim como muitos outros – por verificar que ele mudou radicalmente e que o veio fazendo lenta e metodicamente – indiciando que sabe onde se meteu e que este é o caminho por que optou seguir, traindo os ideais que o levaram para a luta de que se tornou digno líder até determinado momento. O perigo reside todo nas suas qualidades determinantes: ele não vai olhar a meios para atingir os seus fins. Quem se irá tramar serão os seus adversários e os timorenses sem alternativa de abandonar o país e o regime que Xanana irá impor mesmo à revelia de Ramos Horta. O tempo o dirá.
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Assim, temos que a ONU e Atul Kahre irá continuar a privilegiar a Austrália em tudo. Esse “em tudo” também significa beneficiar-se a si próprio e à pandilha abútrica dos que com tachos eventuais e permanentes engordam as suas contas bancários e os seus currículos à custa da miséria para onde empurram os timorenses. Esses são alguns dos mais de dois milhares de funcionários que directamente dependem de Kahre. Ou seja: algumas centenas de abutres, os “chulos”, como João Severino, que os conhece, refere no seu “Pau Para Toda a Obra”.
Abençoados os que ainda têm esperanças e não andam “neuras”, como eu, ao pensar nestas “coisas”.
Gostaria de me enganar. Nem sabem quanto. Mas as experiências que tenho vivido ao longo destas largas dezenas de anos têm-me demonstrado que a história repete-se sempre e que “quem se lixa é o mexilhão”.
Bem, mas, apesar de tudo, vale sempre a pena dizermos que não é o que queremos, por não ser o que está certo. Aplica-se a Timor e ao resto do mundo.
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Não faço ideia se alguma coisa saiu alterada deste texto, comparativamente ao que lá ficou, no Timor Online, mas acho que houve coisa que não consta lá e que ficou fazendo falta, mas que aqui estou farto e refarto de escrever: ATUL KAHRE E O SEU STAFF FORA DE TIMOR-LESTE, JÁ!
Que se mude as moscas e a porcaria!

1 comentário:

Anónimo disse...

ler todo o blog, muito bom