sábado, 26 de abril de 2008

A ILUSÃO DOS JOGOS OLÍMPICOS


ESPÍRITO OLÍMPICO SEM DIREITOS HUMANOS?
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A novela à volta dos Jogos Olímpicos, a realizar este ano na China, vai de vento em popa, e a chama ora se apaga ora se acende no longo percurso até àquele país. Na Europa, as vaias à sua passagem são o que melhor se ouve e ontem em Paris tiveram de apagar o “facho” para que fosse transportado num autocarro. Nem os atletas que o transportam, o “facho”, a chama olímpica, têm paz e sossego.
A tradição já não é o que era.



Tudo se fica a dever ao facto de a China ser uma potência ocupante do Tibete, dizem uns, ou então que é por causa da inexistência de democracia no país. Ou, provavelmente, os elementos do Comité Central do Partido Comunista Chinês têm os olhos mais oblíquos que os restantes cidadãos chineses, ou ainda por qualquer outra desculpa mais esfarrapada. Qualquer serve.



O que se deve perguntar é onde estava a cabeça do Comité Olímpico internacional quando aprovou a realização dos jogos naquele país? Não sabia que isto ia acontecer e que ainda vai acontecer muito mais?
Então, foi uma decisão de índole política. Apesar de ter sempre a prosápia de alegar que não se devem politizar os Jogos Olímpicos.
Que inocentes!
Verifica-se, e não é de agora, que o Comité Olímpico toma decisões de índole política mas não quer que os outros assim considerem. Verifica-se que o Comité Olímpico é desonesto e que é o principal desrespeitador do Espírito Olímpico.


Na China não é só a questão do Tibete que deve ser encarada de modo a condenar aquela grande potência mundial que emergiu há pouco. O regime político chinês está repleto de “não presta”. As violações dos direitos humanos são gritantes e alguns conhecidos de todos nós.
As mortes por fuzilamento são “espectáculo” quotidiano, assim como as mortes de mineiros condenados a trabalhos forçados. Esses morrem às centenas, aos milhares. A China continua a ter um regime atroz!
As polícias chinesas são imensamente inumanas, fruto do regime. O Comité Central do Partido Comunista da China é corrupto e protector de uma elite que o suporta. A dita classe média emergente é parte integrante do Partido ou não terá acesso aos melhores empregos, etc.
Realizar os Jogos Olímpicos nestas circunstâncias foi uma decisão política que coube a um politizado Comité Olímpico Internacional, que agora não quer que se condene a decisão através de um melhor olhar para o país onde decidiram realizar o evento. Se essa era a intenção, conseguiram-no. Só não vale é armarem em santos e virem-nos com trinta e um de boca alegar que os Jogos Olímpicos não têm nada a ver com a política. Claro que têm e por isso devemos fazer toda a chinfrineira possível e impossível. A China é a maior violadora dos Direitos Humanos, a seguir aos Estados Unidos da América com as suas políticas no Iraque, no Afeganistão e um pouco por todo o mundo, ou à Rússia.
Os aliados desta super potência americana também não estão isentos. Um pouco também toca a Portugal, pelas mãos de Durão Barroso, de Santana Lopes e dos actuais governantes sócretinos.
E a Rússia? Será a Rússia respeitadora dos Direitos Humanos? Sabemos que não. E a Inglaterra? Será a Inglaterra respeitadora dos Direitos Humanos? E a Alemanha? E a França? E na América Latina? E em África? No Pacífico? Na Ásia? Na Oceânia? Não estão no Iraque, nos “iraques”?


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Sabemos que todos os países têm os seus “rabos de palha”, as suas “culpas no cartório”, e que essa reprovação deveria ser a principal arma do Comité Olímpico Internacional, se não quer que sintamos que o Comité e o Espírito Olímpico é uma grande treta!
Os Jogos Olímpicos só se deveriam realizar nos países cumpridores dos Direitos Humanos. Não basta as fingidas “aberturas”. Sejam elas chinesas, cubanas, zimbabueanas, venezuelanas…
Onde houver verdadeira democracia e nação que respeite os Direitos Humanos interna e externamente será onde se devem realizar os Jogos Olímpicos, por mais pequeno e insignificante que possam considerar esse país. Este deveria ser o requisito inalienável do verdadeiro Espírito Olímpico.
Mas qual o quê, o próprio Comité Olímpico está podre e é movido por interesses obscuros. Para muitos é só uma ilusão.

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