sábado, 26 de abril de 2008

O TIMORENSE CONTINUA NO PÂNTANO

Por J.P. ESPERANÇA

*Esta foto foi publicada há cerca de dois anos no blogue Abrupto, de Pacheco Pereira, tal como o texto que então enviei:
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Metido no pântano até aos sovacos, este homem todos os dias apanha “canco” (uma planta que vive na água estagnada com a qual se faz salada) aqui em Caicóli, Díli. Depois vai vendê-lo no mercado aos molhinhos a cinco centavos (5 cêntimos de dólar) cada um. Se aparecer um comprador malai (estrangeiro) o homem poderá tentar vender o mesmo molhinho por 25 centavos (uma moeda de ¼ de dólar), o que motivará protestos indignados do malai. Mais tarde, sentado no ar condicionado do bar do Hotel Timor, enquanto bebe um chá que custa 2 dólares, o mesmo malai comentará com os colegas como os timorenses são “uns trafulhas que querem é enganar os malais”.
Entretanto, o timorense continua no pântano.
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J.P.Esperança/HANOIN OIN-OIN
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*Considerei que este apontamento de JP Esperança, escrito há cerca de dois anos atrás, seria apropriado para a inauguração da publicação de textos de outros autores neste novíssimo blogue.
Mais próprio ainda porque volvidos dois anos os timorenses continuam no pântano, como o timorense da fotografia tomada da original e que certamente também é de autoria de JP Esperança.
A foto está ligeiramente alterada para fazer sobressair o timorense que matinalmente se atola no seu pântano para depois "fazer pela vida" no pantanal chamado Timor.

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