sexta-feira, 9 de maio de 2008

CONTRA ESTE ACORDO ORTOGRÁFICO

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A FAVOR DE UM ACORDO ORTOGRÁFICO

Considero que não sei nem terei capacidades para exortar “cientificamente” sobre este novo Acordo Ortográfico e até admito que não estejamos devidamente esclarecidos sobre o mesmo, em Portugal, no Brasil e em todos os países lusófonos, mas não será por isso que, como usuário da língua portuguesa, à semelhança de tantos milhões, que estou cheiinho de pressa para que haja um Acordo tonto que descaracterizará a nossa língua e ortografia Pátria.
Parece que é aquilo que está a acontecer e este Acordo não torna tudo mais simples mas, pelo contrário, complica e desrespeita a origem das coisas: o português idioma. O português falado e escrito.
Sou contra o abandalhamento. Sou contra as negociatas de todos que podem contabilizar vantagens financeiras com este Acordo, que, pelo que se percebe, não é um bom Acordo e tiraniza a ortografia portuguesa.

Se é verdade que o português falado e escrito no Brasil é diferente e que esse é o país de mais usuários do idioma também é verdade que aquilo que se pretende é uniformizar o português, simplificando-o mas não o abandalhando e que seja repasto dos negociadores do por tudo e por nada – neste caso editores e livreiros do Brasil.
Deixem os lucros para lá e contentem-se em não ter prejuízos, em prol de um bom acordo para todos e principalmente para a herança e a ainda actual riqueza do nosso idioma. Esta é a língua Pátria de muitas Pátrias espalhadas pelo mundo e com culturas riquíssimas.
Foi conseguida, esta uniformidade e aproximação comunicacional, por métodos colonialistas, é certo, mas tenho por opinião que o melhor modo de enterrarmos esse estigma será entendendo-nos uniformemente na comunicação, independentemente de cada povo e cada região ter as suas próprias características – que não deve perder.

No português do Brasil fato de ocorrência pode também ser fato para vestir. No português de Portugal já a ocorrência é facto (factual) e o fato é mesmo e só para vestir. Será assim tão complicado aderir a este princípio? Então porque não?
Verdade que no Brasil ao fato de vestir também é dado o nome de terno, mas como, se os fatos podem ou não ser compostos de três peças – calça, casaco e colete?
Então o que se passa… só com esta pequena nuance?
Não será caso para desconfiar por tanta teimosia perante evidências?

Se os homens dos cifrões deste Acordo consideram que têm o direito de até com as palavras capitalizarem com o que lhes pode proporcionar mais casas, mais piscinas, mais aviões, mais automóveis, mais filhos agarrados à droga… é lá com eles. Aos usuários do português o que interessa é que todos aprendamos sem diferenças na escrita, sem nenhuma diferença, independentemente de utilizarmos as nossas pronúncias regionais-nacionais. Isso não implica que tenhamos de alterar tanto a matriz só porque os “espertos” do mercado brasileiro, que é gigantesco, queira e consiga puxar a brasa à sua sardinha por mor dos cifrões e avacalhando a ortografia Pátria, a Matriz.
Contra os cifronistas e a favor de um Acordo Ortográfico que nos sirva a todos de igual modo, SIM.
A favor deste acordo, confuso e avacalhador da ortografia portuguesa, NÃO!

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