quinta-feira, 8 de maio de 2008

OS PROSTITUTOS SÃO OS PAIS DA CRISE

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Para além do tempo que não sobra, antes pelo contrário, e por isso não poder dispensar a atenção que gostaria às blogadas, também confesso que ando a sentir-me um pouco sorumbático por influência das informações que nos caem em cima através das agências noticiosas e milhentos órgãos de comunicação social, online ou não.

Nestes últimos tempos a pandemia noticiosa incide com maior frequência na fome e miséria que vai pelo mundo devido à crise internacional institucionalizada mas que alguns parecem esquecer e tomam-na como se fosse de agora.
A crise sempre existiu em todo o mundo para aqueles que não nasceram bafejados pela sorte, para aqueles que nasceram para ser carne para canhão, para serem explorados de toda a maneira e feitio, a qualquer hora e em qualquer lugar – até parece um slogan publicitário.
Afinal ao que se deve a crise? Às políticas de W. Bush? Ao terrorismo exacerbado de Bin Laden? Aos apoios incondicionais dos governantes europeus pelos crimes praticados no Iraque, no Afeganistão e mais umas quantas partes do mundo ocupadas por ordem e conveniências do grande sindicato dos grupos económicos?
Bah… a crise sempre existiu, não é de agora. Estamos em crise global porque globalmente os donos do mundo querem explorar-nos sempre mais e muito mais. Os prostitutos são os pais da crise!
A crise serve para fazer com que apertemos ainda mais o cinto, fiquemos ainda mais pobres e famintos enquanto por todo o mundo menos de uma centena de grupos económicos e de interesses ficam mais ricos e distribuem algumas migalhas por grupos económicos menores e por políticos que lhes servem de cães de fila no terreno, globalmente é assim e nem Maquiavel faria melhor.
É a vida! É a espantosa globalização que antes era outra coisa qualquer - capitalismo ou “comunismo”. É a tão antiga prostituição das almas perversas de uns quantos poderosos magnatas que nem sabemos exactamente quem são. Complicado.


Os blogues da Fábrica dos Blogs – principalmente o Página Um - têm de algum modo aflorado o problema que nos últimos dias tem ocupado algumas redacções informativas por todo o mundo e também por Portugal.
Quem será capaz de não se sentir sorumbático perante a actual situação dos portugueses e dos povos dos países mais pobres do mundo?
Serão capazes, em Portugal, talvez alguns militantes do PS, surdos e cegos, apesar de famintos. Talvez a população enferma do Júlio de Matos, do Miguel Bombarda, do Conde Ferreira e similares. Talvez até Belém, Cavaco Silva – pois que anda excessivamente calado e sem abordar escancaradamente a realidade portuguesa, sem procurar justificar-se com a política global e a tal crise referida mais atrás.
É que se realmente há alguma crise não sabemos que Cavaco a sinta. Nem Sócrates, nem os milhentos deputados, ministros, secretários, gestores, gerentes, directores que exercem comissariados políticos à conta do orçamento e da permanente espoliação dos portugueses que até ao descarregarem um simples autoclismo estão sempre a contribuir para o bem estar desta corja imensa, difusa e sempre disposta a sugar-nos.
A crise é só para as plebes… porque os políticos e empresários penduras beneficiam sempre com esta institucionalizada crise nacional e mundial.
A técnica é muito antiga mas resulta sempre e sabemos que não podemos dizer que só resultará até um dia porque isso não é verdade. Nascemos para ser instrumentos de exploração destes imensuráveis sujeitos sem escrúpulos ou que mesmo tendo disso consciência não têm coragem de dizer basta!
O corporativismo está emaranhado nele próprio e de forma impossível de se libertar em prol do humanismo, da razoabilidade, da honestidade.
Cada peça do corporativismo está em guerra pelo Poder e é assim que vemos a classe médica, os juízes, os advogados, os engenheiros, os gestores, os economistas, o clero, os militares, os políticos “iluminados” provenientes de todas esses corporativismos a pisarem-nos e repisarem-nos. Alegando quererem o bem da sociedade mas mais não fazendo que defender os seus interesses.

Em Portugal, em Abril de 74, ilusoriamente, muitos julgaram que as corjas tinham terminado… Vê-se.
Se anteriormente a corja era constituída por uma centena, agora são alguns milhares. Será isto a distribuição da riqueza?
Se é verdade que há uns quantos milhares a viverem bem, à custa da especulação, do engano e exploração dos outros, também é verdade que actualmente somos muitos mais milhões que em 1974. Talvez que proporcionalmente estejamos muito pior que antes. Quero dizer: que estejamos a sustentar muitos mais chulos que anteriormente.
Não é talvez. Está na “cara” que sim!

Apesar de sabermos e vermos que os todo-poderosos passam uma vida anafada, cada vez mais e melhor, também é visto que cerca de seis milhões de portugueses estão pobres ou em vias disso. Mais de metade da população nacional!
Quase três milhões estão a rebentar pelas costuras, estão tesos, famintos e a esconderem a miséria por que estão a passar. Acordam e adormecem com ela. Já não fazem contas ao dia de amanhã porque não têm como o fazer. Vão sobrevivendo e lidando com a miséria como se fosse um rim, um fígado ou coração que têm dentro do corpo. É assim, a miséria já faz parte de muitos portugueses.
O que se passa em Portugal é um pequeno exemplo daquilo que se passa no resto do mundo.
Continuemos sorumbáticos. Porquê e para quê pôr mais na escrita?

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