sexta-feira, 13 de junho de 2008

PORREIRO, PÁ! E AGORA, PÁ?

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SUCESSO GORADO, ORGULHO POR NADA

A famosa frase exclamada por Sócrates no final da Cimeira da UE que aprovou o Tratado de Lisboa, “Porreiro, pá”, dirigindo-se a Durão Barroso e abraçando-o ufano, foi derrotada na intenção e no entusiasmo pelos irlandeses que hoje disseram por maioria “Não Porreiro, Pá!”

Também o Presidente da República, Cavaco Silva, que amiúde falava no sucesso da Cimeira e da aprovação do Tratado de Lisboa, referenciando a “nossa” competência e galhardia, caiu por terra. Malvados irlandeses!
Afinal, nem o PR nos disse que o Tratado é gato escondido com rabo de fora. Não disse e enaltecia o Tratado!
Se realmente o Tratado é assim tão das nossa conveniências porque terá acontecido que ao único povo que perguntaram se o aprovavam ele respondeu com um rotundo NÃO?!
Se nos perguntassem, em referendo, o que responderíamos? Porque não nos perguntaram? Que temiam? Que esconde o Tratado?
Com tanto entusiasmo do lado do Poder mas com temor de referendar, e após o NÃO dos únicos a quem perguntaram, não será legítimo desconfiar que os nossos políticos nos escondem algo?
É que se assim acontecer podemos pôr em dúvida se na realidade o PR e os políticos portugueses na generalidade – os que “escondem” o Tratado – estarão a agir nos reais interesses de Portugal e dos portugueses.

A resposta foi NÃO aos únicos a quem perguntaram e desse modo não foi “Porreiro, Pá!” mas sim um sucesso gorado e um orgulho por nada. Foi um fracasso que anteriormente sustentou a imagem de competência de Sócrates, até referida pelo PR Cavaco Silva, mas que disso não passou. Sustentou até agora, mas acabou-se.
E agora, o que poderá dizer mais Cavaco Silva em abono de Sócrates? E agora, o que vão inventar para dar prossecução ao Tratado “Não Porreiro, Pá!”?
E agora, mentes de iluminados europeístas que temem referendos como o diabo teme a cruz?
Evidentemente que se nos conseguissem transmitir jogo limpo, se os povos tivessem confiança nos políticos, se os políticos fossem sempre honestos não seriam necessários referendos, nem temermos as suas decisões - que muitas das vezes lhes interessam, mas não nos interessam. Se ao menos cumprissem as promessas, se fossem políticamente honestos...
Como não o são… certamente por isso temem os referendos, preferindo entender-se nos bastidores uns e outros, sempre procurando levar avante aquilo que nos querem impingir e que comprovadamente muitas das vezes não queremos. Está provado. Que deslealdade, meus senhores!
Orgulho? Em vós? Orgulho por nada!
E agora, pá?
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