domingo, 26 de outubro de 2008

QUEM QUISER SER DITADOR COMPRE UMA QUINTA E QUE O SEJA

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Às vezes deparo com opiniões que por mais que as respeite não posso deixar de as rejeitar, de as contestar, de as procurar entender, aprofundando-as e reciclando-as de modo a que lhes chegue ao entendimento, mas, confesso, por vezes não consigo.

Não creio que política tenha a ver com ódio. Não compreendo que por política se mate, se odeie, se torture, se exclua ou se cometam atrocidades. Não compreendo que não se bastem a confrontar ideias e se aceitem as opiniões desde que sejam permanentemente pacíficas e honestas, transparentes.

Como àquilo a que actual e historicamente chamam política o que se vê é assassinatos, é a lei do mais forte, é a selvajaria, é o domínio das maiorias por insignificantes minorias, é a sede de poder pelo poder, a sede do enriquecimento imoral, corrupto e de atropelo aos socialmente mais debilitados, rejeito ser um político, bastando-me simplesmente, por agora e enquanto puder, partilhar as minhas opiniões sobre o que denominam política, mas que mais não é do que a arte do engano dos povos para tirar vantagens e benefícios somente para pequenos grupelhos de identificados seres desumanos.

Porque essa “política” não é a minha, não sei o que é ódio e muito menos participar na violação das vidas da maioria da população mundial. Quando se é verbalmente contrário às práticas e ideias de alguém e se é só isso mesmo esse ser humano merece-me respeito mas também combate na denúncia da discórdia, no anúncio daquilo que penso e desejo.

Quem quiser ser ditador que compre uma quinta, com ou sem abóboras, e o seja para os seus animaizinhos, até que chegue a protetora dos animais e o processe. Problema dele… ou deles, os ditadores.

Por outro lado, preocupa-me seriamente que as pessoas tenham memória tão curta e que sejam elas próprias, os povos, a eleger ditadores, a defendê-los até que também caiam nas suas garras. Um ditador emergente poderá vir a ser um grande ditador, um sanguinário. A história está repleta de exemplos. Não é com ódios que os derrubamos - lá porque um burro nos dá coices não quer dizer que nos ponhamos de quatro e façamos o mesmo - mas devemos fazer-lhes frente, desmascarando-os e retirando-lhes o apoio.
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