Era uma vez um fotografo, Zé dos Anzóis, que passava a vida a percorrer campos e vales à procura do elemento que lhe permitisse exercer o seu hobie de predilecção, fotografar os cocós dos que no campo usavam a liberdade e o espaço para fazer as suas intimas necessidades e limpavam as sobras a uma pedra.
Ele tirava fotografias de cagalhotos assim, de cagalhotos assado, de pedras borradas e até de cagalhoto rebentado, tendo descoberto mais tarde que os que estavam quase todos espalmados eram pertença de um pastor que tinha a mania de fazer as necessidades empoleirado nos ramos de árvores, lá do alto. Evidentemente que a caca se espalmava ao embater no solo e esborratava-se. Dizia o fotógrafo que eram as fotos mais belas, pelos contornos que ficavam impressos na terra, com salpicos pelas ervas limítrofes e tudo.
Farto de fotografar no campo, um dia ele decidiu-se a vir para a cidade fotografar a sua especialidade, cocós. Preferiu os subúrbios e as zonas degradadas da cidade, porque era onde encontrava mais variedade de bosta no chão. E lá se iniciou o artista na sua nova modalidade citadina, fazendo até uma exposição no pavilhão das Belas Artes Amadoras.
Um dia, um visitante da exposição, por sinal um Sem Abrigo, desatou aos berros frente a uma das fotografias expostas, reivindicando para ele a autoria da caca retorcida sobre o empedrado de um canto de contentores de lixo do Beco dos Alarves.
- Esta caca é minha! Mas que abuso, faço a caca com tanta arte e quem a fotografou expõe-na sem minha autorização! Quero que tirem daqui esta fotografia!
Sem Abrigo não se calava, tendo o diretor da exposição de intervir.
- Mas que provas tem você de que a caca é sua? Como podemos ter a certeza disso e não pensar que somente quer criar caso por motivos que nos ultrapassam?
Sem Abrigo sorriu. Aliviado com a questão esclareceu:
- Pois veja lá se a caca não é minha, repare bem na assinatura.
-Qual assinatura?
Perguntou o diretor.
- Repare bem o que esses retorcidos representam e diga-me lá se não lê Zé Cacão Sem Abrigo…
O diretor dispôs a atender o pedido, reparando melhor foi soletrando Manuel Cacão Sem Abrigo…
Olhou admirado para Sem Abrigo, dizendo:
- Pois, tem razão. Mas olhe que para assinar isto foi preciso fazer muita merda!
- Claro, sou um verdadeiro artista. Esta é a minha especialidade.
Respondeu com garbo Sem Abrigo.
- Assim sendo, pedimos-lhe autorização para manter a fotografia, garantindo-lhe que acrescentaremos a autoria do cocó.
Solicitou-lhe o diretor.
Sem Abrigo sorriu radiante, satisfeito por também ele participar com obra sua na exposição.
- É preciso é provar e saber lidar com pessoas de bem com boa-fé.
Disse.
Assim aconteceu. No outro dia lá estava a fotografia do Zé dos Anzóis com o respectivo acrescento autoral: Cagada de Manuel Cacão Sem Abrigo, obrado em 11 de Fevereiro de 2008.
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Ele tirava fotografias de cagalhotos assim, de cagalhotos assado, de pedras borradas e até de cagalhoto rebentado, tendo descoberto mais tarde que os que estavam quase todos espalmados eram pertença de um pastor que tinha a mania de fazer as necessidades empoleirado nos ramos de árvores, lá do alto. Evidentemente que a caca se espalmava ao embater no solo e esborratava-se. Dizia o fotógrafo que eram as fotos mais belas, pelos contornos que ficavam impressos na terra, com salpicos pelas ervas limítrofes e tudo.
Farto de fotografar no campo, um dia ele decidiu-se a vir para a cidade fotografar a sua especialidade, cocós. Preferiu os subúrbios e as zonas degradadas da cidade, porque era onde encontrava mais variedade de bosta no chão. E lá se iniciou o artista na sua nova modalidade citadina, fazendo até uma exposição no pavilhão das Belas Artes Amadoras.
Um dia, um visitante da exposição, por sinal um Sem Abrigo, desatou aos berros frente a uma das fotografias expostas, reivindicando para ele a autoria da caca retorcida sobre o empedrado de um canto de contentores de lixo do Beco dos Alarves.
- Esta caca é minha! Mas que abuso, faço a caca com tanta arte e quem a fotografou expõe-na sem minha autorização! Quero que tirem daqui esta fotografia!
Sem Abrigo não se calava, tendo o diretor da exposição de intervir.
- Mas que provas tem você de que a caca é sua? Como podemos ter a certeza disso e não pensar que somente quer criar caso por motivos que nos ultrapassam?
Sem Abrigo sorriu. Aliviado com a questão esclareceu:
- Pois veja lá se a caca não é minha, repare bem na assinatura.
-Qual assinatura?
Perguntou o diretor.
- Repare bem o que esses retorcidos representam e diga-me lá se não lê Zé Cacão Sem Abrigo…
O diretor dispôs a atender o pedido, reparando melhor foi soletrando Manuel Cacão Sem Abrigo…
Olhou admirado para Sem Abrigo, dizendo:
- Pois, tem razão. Mas olhe que para assinar isto foi preciso fazer muita merda!
- Claro, sou um verdadeiro artista. Esta é a minha especialidade.
Respondeu com garbo Sem Abrigo.
- Assim sendo, pedimos-lhe autorização para manter a fotografia, garantindo-lhe que acrescentaremos a autoria do cocó.
Solicitou-lhe o diretor.
Sem Abrigo sorriu radiante, satisfeito por também ele participar com obra sua na exposição.
- É preciso é provar e saber lidar com pessoas de bem com boa-fé.
Disse.
Assim aconteceu. No outro dia lá estava a fotografia do Zé dos Anzóis com o respectivo acrescento autoral: Cagada de Manuel Cacão Sem Abrigo, obrado em 11 de Fevereiro de 2008.
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