terça-feira, 11 de novembro de 2008

QUE TRAMPA DE DEMOCRACIA!

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PAGA ZÉ, QUE OS SENHORES SÃO DÓTOURES

A Lusa e muitos outros órgãos de comunicação social de Portugal dão hoje relevo à ida de Vítor Constâncio, Governador do Banco de Portugal, à Assembleia da República. Vai este socialista (ex-socialista? Socialista?) explicar-se sobre o assunto falência do BPN e respetiva nacionalização.

Apesar de serem assuntos de todos nós acabam por serem assuntos deles, dos “mais sabedores”, os que comem todos da mesma panela e por mais idas que façam à assembleia e às comissões… ficamos a saber o mesmo e tudo continua em “águas de bacalhau”. Toc, toc, democracia onde estás? Toc, toc, justiça onde estás? Toc, toc, paga Zé, que os senhores são dótoures!

São estes os representantes dos eleitores e não eleitores que entre paredes com câmeras e som falam de um modo e que só entre eles falam de outro modo, explicitos. Os “segredos” são deles e disso são ciosos. Aliás, nem valeria o esforço explicar-nos tudo tim-tim por tim-tim pois não iríamos perceber 40 por cento daquilo que dissessem. Economia é com eles, finanças é com eles, tudo que diga respeito à governança é com eles e nós estamos aqui para pagar as suas governações. Que trampa de democracia!

CONSTÂNCIO EXPLICA IRREGULARIDADES NO BPN HOJE NA AR

Diário Digital - Lusa

O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, vai esta terça-feira à Assembleia da República (AR), pelas 21:00 horas, falar sobre as irregularidades no Banco Português de Negócios (BPN), debaixo de um coro de críticas vindas dos partidos à direita, mas defendido pelo primeiro-ministro.

A 2 de Novembro, o Governo anunciou a nacionalização do BPN depois de terem sido detectadas práticas irregulares e perdas estimadas em 700 milhões de euros. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, pediu de imediato a demissão de Vítor Constâncio, por considerar que o governador já falhou nas suas funções por duas vezes, numa alusão ao caso BCP, onde também foram detectadas práticas irregulares anos depois de terem acontecido.

«Nada nos garante que [o Governador do Banco de Portugal] não volte a falhar porque não reconhece os seus erros, não faz supervisão e do nosso ponto de vista devia sair do seu cargo», defendeu Paulo Portas. «O Banco de Portugal deve ter uma actividade inspectiva preventiva e não meramente reactiva», disse ainda o líder popular, acrescentando que «não foi isso que sucedeu no BPN e já não tinha acontecido com o BCP».

Também do PSD surgiram críticas. O líder do grupo parlamentar, Paulo Rangel, afirmou que os sociais-democratas não têm dúvidas de que «houve aqui falhas de supervisão claríssimas».

«Se o próprio governador disse que já as conhecia [irregularidades] não se percebe porque é que não interveio», concluiu Paulo Rangel.

Já o primeiro-ministro, José Sócrates, mostrou apoio ao governador do Banco de Portugal. «Há momentos em que temos de escolher entre o infractor e o regulador. Este é o momento para apoiarmos o regulador, em particular numa situação em que há fortes suspeitas de comportamentos menos responsáveis, para não dizer fraudulentos, em relação a um banco», disse o chefe do Governo.

Sócrates defendeu ainda que alegadas práticas irregulares, como as que foram encontradas no BPN, são difíceis de detectar «porque implicavam uma contabilidade paralela, um balcão virtual».

A 2 de Novembro, o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal deram uma conferência de imprensa onde explicaram as operações irregulares detectadas no BPN. Constâncio disse que com a descoberta de «operações clandestinas» no BPN, e que passaram pelo Banco Insular, de Cabo Verde, o banco deixou de cumprir «os rácios mínimos legais de solvabilidade».
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