quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

PONHAM-SE A PAU, OU AINDA VÃO PARAR AO MANICÓMIO

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - 60 anos

Felizmente não temos de recear que o que acontece na China se possa passar em Timor-Leste. Como não há hospitais que cheguem por certo que não recorrerão a tais procedimentos.

Que procedimentos? Estou a ouvir pensar os que estão a acompanhar a prosa. Ora, os procedimentos que poderão ler na notícia publicada já a seguir e que nos chega via Lusa, agência de notícias portuguesa. Uma coisa sei, esta prosa vai-me custar os olhos da cara, até já estou a ouvir o Jaime Silva Pinto a pensar “este António não tem juízo, nem se poupa, julga que todos são como ele, que não guarda rancores”. Calma, que há uma forte razão para escrever isto!

Estamos na comemoração de uma importante efeméride: os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Logo, esta não é uma prosa extemporânea, muito menos se tomarmos em consideração que Timor-Leste está considerado um país emergente no desrespeito dos Direitos Humanos, como foi possível apercebermo-nos durante os quase dois meses (tanto!) de recolher obrigatório ainda não vai muito tempo passado. Acrescentando a isso as ameaças do PM Gusmão aos jornalistas por causa da grande boca de Reinado. Acrescentando os espancamentos da PNTL como houve queixas (ainda há?). Acrescentando a tareia que os aussies deram a um timorense cuja foto aqui publicámos – uma foto a cores que mais parecia a negro por essa ter sido a cor do homem depois do tareão. Acrescentando tudo aquilo que fica nos “segredos dos deuses” e que só vimos a saber muito mais tarde e muitas vezes nem isso. Acrescentando as dificuldades e resistências a que os estudantes se manifestem no seu “campus”. Acrescentando as ameaças de prisão – certamente no estádio – para quem participe em manifestações da oposição. Acrescentando…

Deste modo, expliquem, por favor, se não será legitimo considerar Timor-Leste com potencial para daqui por uns tempos fazer o mesmo que vem narrado na notícia em baixo? Claro que sim!

Não digo que as violações dos direitos humanos em Timor-Leste sejam tão graves quanto nos países como o de Mugabe. Nada disso. Agora que se não se fizer nada pode muito bem para lá caminhar, isso sim, isso preocupa-me e faz com que considere pertinente escrever esta prosa.

Imaginem se em Timor fazem mais hospitais. Se fazem até um que seja “psiquiátrico”. Ora, não se admirem que depois os gusmões comecem a internar os timorenses que não pensem uniformemente, segundo a lei e ordens estabelecidas e decretadas. Pode vir a acontecer, pelo andar da carruagem…

De qualquer modo, lembrem-se, hoje é dia de uma das mais importantes efemérides da ONU, dos povos, do mundo. Com base naquela declaração podemos barafustar e denunciar os países, os governantes, que violam os seus preceitos. Sempre é alguma coisa.

Agora, lá porque faço todas estas referências e deixo aqui postados os meus receios relativamente aos procedimentos Gusmão, vejam se não me guardam rancor. Sigam o meu conselho: ponham-se a pau… ou ainda vão parar ao manicómio.

CHINA INTERNA 18 PESSOAS QUE FIZERAM PETIÇÃO AO GOVERNO

Pequim, 9 dez (Lusa) - Pelo menos 18 pessoas foram internadas e submetidas a tratamento psiquiátrico na província de Shandong, costa norte da China, depois de terem apresentado petições ao governo central, revelou nesta terça-feira a imprensa oficial chinesa.

O caso mais grave, aparentemente inspirado nos métodos utilizados na antiga União Soviética, afetou um mineiro de 57 anos, Sun Fawu, que esteve internado durante mais de três meses no hospital de saúde mental de Yiyang, em Xintai, contou o jornal China Daily.

Fawu, internado à força em 2007, era medicado todos os dias: “Tinha a cabeça sempre tonta e não conseguia sequer levantar-me”, disse.

Antes da internação, ele passou vários anos escrevendo petições reclamando uma indenização pelos prejuízos que uma mina local causou à sua terra.

Segundo a imprensa, Fawu só teve “alta” depois assinar uma declaração comprometendo-se a não voltar a apresentar reclamações ao governo central.

“O governo deve estabelecer uma política orientada para ouvir as necessidades das pessoas e não para as fazer calar”, disse um advogado de Pequim sobre o caso.
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4 comentários:

Graza disse...

Amigos e Amigas

Se há uma coisa em que acredito é na pressão da opinião pública. Os governos, embora não pareça, já lhe vão atribuindo alguma importância. Os Movimentos de Cidadãos neste formato, a nível global, são relativamente recentes, mas já vão produzindo o seu efeito, editamos aqui muita bobagem porque isto é também um divertimento, mas somos da mesma forma capazes de fazer desta ferramenta uma arma apontada à indiferença. Cada blog tem os seus níveis de leitura e quantos mais conseguirmos trazer mais exponencial será o resultado final. O Sam que vive aqui em Portugal, conseguiu por o Brasil a liderar esta blogagem colectiva, seria interessante chegar mais longe e que a próxima atingisse todo o universo da Lusofonia, os CPLP, a Francofonia etc., etc. Resumindo, é preciso acreditar, amigos!

Um fraterno abraço a Todos e a Todas.

Nota: Este comentário foi enviado a todos os participantes, pela impossibilidade de fazer um específico a cada um de vocês.

Anónimo disse...

Acredito que a Declaração dos direitos humanos seja o ideal a que iremos chegar, com a boa vontade de todos e para isto, quem é mais consciente, deve por obrigação, tentar propagar as idéias e aplicação deste ideal fraterno. Beijus

Anónimo disse...

i agree your idea ! very nice blog

Anónimo disse...

On this point, I feel you should be described in greater detail, I think it is that we need!