domingo, 12 de julho de 2009

AUTORES MORAIS, UNS SÃO ACUSADOS E OUTROS VÃO PARA PRIMEIRO-MINISTRO?

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Ao inteirarmo-nos do “cambalacho” que as altas individualidades timorenses prepararam contra um bode expiatório chamado Angelita Pires, podemos, legitimamente, bradar aos céus e perguntar à comunidade internacional, aos governos dessa comunidade, como pode continuar a fazer de conta que nada de errado se está a passar em Timor-Leste.

Sabemos que é preceito usar de diplomacia e ir esperando que os maus regimes caiam de podre. Em Timor-Leste isto não pode acontecer. A comunidade internacional empenhou-se em demasia para agora fazer de conta que não se apercebe do banditismo institucional que se vai descobrindo em Timor. A ONU, Portugal, obrigatoriamente, também têm uma palavra a dizer aos responsáveis timorenses, o governo australiano também não pode ficar de fora. Os atropelos aos mais elementares direitos humanos e democráticos são por demais evidentes. O que ocorre em Timor-Leste desde o ano de 2006 é política baixa, reles, desprezível. Há violações que ocorreram e ocorrem em Timor e isso é evidente na culpabilização de autoria moral que convenientemente encaminharam para Angelita Pires, deixando de se apurar a execução de Alfredo Reinado, por exemplo, ou o mais que provável teatralizado atentado a Xanana Gusmão, etc.

Não pode continuar a acontecer em Timor-Leste acusarem convenientemente e de modo forçado Angelita Pires de autora moral de algo que outros tramaram e se ocultam por detrás de eventuais nomes históricos e sonantes. Se Angelita é autora moral daquilo que a acusam o que será Xanana Gusmão ao incendiar e dividir os timorenses com artes de divisões de séculos atrás entre lorosaes e loromonus?

A técnica usada pelos políticos reles é sempre a mesma, na revolução portuguesa também pretenderam dividir norte e sul, em África fazem o mesmo, aproveitam-se de diferentes etnias, etc.

Ao despoletar a triste e célebre frase lorosae-loromono nos seus discursos inflamados e viperinos, em 2006, ladeado da sua humaníssima esposa, actriz, professora, diplomata, etc., não terá sido Xanana Gusmão autor moral, pelo menos, das mortes, feridos, e destruições que daí advieram? Que patriota faz o que ele fez? Porque não lhe serve a acusação de autor moral, pelo menos, de dezenas de mortes?

A somar a tudo isso há uma parcela silenciada no espaço contíguo à casa de Ramos Horta, Alfredo Reinado. Comprovadamente executado, como reza no relatório de autópsia. Ainda a parcela em que declara, em vídeo, sobre as responsabilidades de Xanana Gusmão em tudo que diz respeito à violência de 2006-2007. Terá sido à toa que ele afirmou que se fosse preso Xanana também seria? Como podem alegar autorias morais a uns e nomear primeiro-ministro outros?

O julgamento de Angelita Pires, alegada autora moral de inúmeros crimes, está prestes a começar, dia 13, em Timor-Leste, dentro de cerca 14 horas. Estaremos atentos à esperada palhaçada mas desejamos que o tribunal não continue a alimentá-la. Uma vez declarada Angelita Pires inocente por falta de provas o que acontecerá? Acabará tudo ali ou vão realmente em busca dos verdadeiros responsáveis do 11 de Fevereiro? Certamente que estão perto e na comodidade dos ares condicionados pagos pelas privações em que vivem os timorenses.

Veremos o que faz a PGR, esta, Ana Pessoa, porque o anterior, Longuinhos Monteiro, pactuou com as maiores irregularidades e causas de feridas na Justiça, na Democracia, nos Direitos do Povo Timorense. Haja esperança, já que é a última a morrer. Neste caso, de Timor, se assassinarem a esperança, já sabem quem são os autores morais. Que se faça justiça!
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