Todos sabem que esta prosa já era. Quase que nem merece existir. Há tanta coisa por aí sobre o resultado das eleições em Portugal. Para algum atrasado na atualidade é que ainda poderá ser útil: o PSD foi o partido mais votado nas eleições legislativas em Portugal.
Sobre o assunto têm imenso por onde escolher ainda hoje, na imprensa portuguesa e estrangeira. Os títulos soam a novidade, pelo menos parece que pretendem ser. Ao fim e ao cabo não é novidade alguma. Já sabíamos que seria o PSD o partido mais votado, com menos de 39 por cento dos votantes, e logo a seguir foi o PS com 28 por cento, depois o CDS com pouco menos de 12 por cento. E assim, aliando-se, formam uma maioria com 51 por cento dos votos, praticamente o mesmo que foi conseguido por Cavaco Silva ainda há meses na eleição para presidente da República.
O resultado desta aliança PSD-CDS, em termos de deputados, é que lhes dá mesmo uma maioria bastante significativa em número, 129 contra 97 da chamada esquerda. Faltam por aqui uns míseros resultados de deputados pela emigração que não irão mudar nada.
E então? Onde está a novidade? Estes foram os resultados que todos esperavam. Sabíamos que ia ser assim. Os mesmos, no mesmo sítio, com as mesmas políticas. Que dizem ser de direita. Mas então as políticas de Sócrates e do PS não são, não eram, de direita? Pois claro que eram. Há décadas que é assim!
Quererão dizer que agora, com Passos Coelho e com esta aliança PSD-CDS as políticas vão ser mais à direita? Que vão governar para o grande capital? Pois vão. Mas isso não é mudança nenhuma. Sócrates do PS era o que vinha fazendo. E foi ele que assinou, com a concordância do PSD e do CDS, que quem passa a governar em Portugal são as eminências pardas do FMI às ordens dos grande interesses dos empórios financeiros e dos interesses colonialistas da Alemanha, da França, da Holanda e da Inglaterra. Principalmente a Alemanha está a fazer da Europa sua refém. Refém da banca alemã. É assim na Grécia e em Portugal, mais descaradamente. Por isso a Merkel, arraçada de Hitler, da família xenófoba de Sarkosi, manda os povos do sul trabalharem mais. Surpresa que se chegou à conclusão, em estudo devidamente credenciado e credível, que em Portugal se trabalha mais trezentas e muitas horas por ano do que na Alemanha, na França etc. O sul da Europa, que a xenófoba e racista Merkel substima, achincalha e está colonizar, anda a trabalhar para que a Alemanha viva à grande à custa da miséria que Merkel e seus antecedentes têm vindo imposto.
Resumindo: este novo governo PSD-CDS não trará nada de novo. Vai governar-se em Portugal às ordens do FMI e do FE, que são a mesma coisa. Eles vão governar-se e o povinho vai ter de trabalhar muito mais e ingerir menos calorias, a gozar de fome, de imensas carências e privações. Além do mais o Parlamento quase não tem deputados novos. Talvez uns 10 naquelas mais de duas centenas. Ficam lá os mesmos, as mesmas caras conhecidas, esbanjadoras, oportunistas, parasitas e quase sempre bem falantes – como convém para nos enganarem.
Por mais cruel que seja, fato é que quem voltou a vencer foi a abstenção com mais de 41 por cento. Se contarmos com os votos em branco e nulos (daqueles onde chamam nomes feios aos políticos com inscrições “memoráveis”), mais de metade dos eleitores portugueses não votaram. Mostraram uma vez mais que não confiam no presidente da República, nos partidos políticos atuais, nos que têm governado – que se têm governado - ou se preparam para fazê-lo. Os eleitores portugueses não confiam nestes políticos. Ponto final.
Mais demonstrado isso mesmo, a falta de confiança, mudou alguma coisa? Não. Tudo na mesma. O que é novo para uns quantos, que acreditam em milagres, são as caras do governo que vem aí. Algumas caras, provavelmente. Mas todas do mesmo “aviário” pestilento destes partidos políticos do arco governativo. Que agora até vão governar para os deles e mais intensamente para a Alemanha e associados, para o FMI.
Importa que os objetivos de Cavaco Silva - o maluquinho dos números de coça para dentro da alta finança e dos grandes empresários – e dos partidos associados àqueles objetivos, vão poder manobrar ainda mais à vontade e encostar o povinho muito mais à parede. Tudo como antes, quartel em Abrantes, como é dito pelos de mais idade para expressar que está tudo na mesma, que não devemos esperar nada de novo, a não ser mais miséria e exploração.
Mas nem tudo é negativo. Livrámo-nos de José Sócrates para daqui por uns tempos assistirmos aos dizeres de muitos que vão propalar saudades dele. Masoquismos.
Apesar de muita vontade que possamos ter para proporcionar o benefício da dúvida ao futuro governo PSD-Cavaco-CDS é fácil futurar que nem as bostas nem as moscas mudara.
Resta deixar aqui umas palavras para a “esquerda” do BE. Aquela que desde que se sentou nas cadeiras do parlamento tem vindo a perder a audição e outros sentidos, que se engravatou e se submeteu aos colarinhos brancos. Perdeu metade dos votos, metade dos deputados. Sinónimo de que quase não há diferença entre o BE e os outros partidos do arco governativo. A “esquerda histórica e empedernida” do PCP, aliado aos verdes para fazer a CDU, cresceu. Lá vai, desta vez, com mais um ou dois deputados. Igual a si próprio, a dizer muitas verdades, não mentindo nem enganando, o PCP só cresceu porque houve uns quantos abstencionistas sistemáticos que antes votavam nele, e que no domingo se deram ao trabalho de lá ir ser fiéis aos seus princípios ideológicos. Sabendo que nada iam alterar. Foram votar mais pelas suas consciências do que acreditando que iam mudar alguma coisa. Votaram e o PCP até merece. É honesto e fiável. Sabemos com aquilo que podemos contar. Talvez um dia os portugueses voltem a reconhecer isso mesmo. E estaria o PCP disposto a exercer uma Verdadeira Democracia, reformando esta democracia de fantochada? Só experimentando saberemos. Os partidos políticos assim que crescem embriagam-se com os poderes…
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