quinta-feira, 30 de outubro de 2008

OS JAVARDOS TOMARAM O PODER

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Atente-se na notícia em baixo e percebamos que aquilo que a APL e a CML, na pessoa de António Costa, o que querem é prolongar os muros, os gradeamentos e as paredes de aço e betão, na margem lisboeta do Tejo. Querem roubar-nos o rio. Mas nós é que somos os javardos.
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Duas centenas de estivadores contestaram a iniciativa de cidadãos que estão a querer o Tejo para Lisboa e para os Lisboetas. Duas centenas de javardos amestrados pela APL chamaram javardo ao representante de um movimento de cidadãos. Chamaram javardos aos lisboetas em vez de se olharem ao espelho e repararem nas suas figuras de homens manipuláveis, de rabinho a dar-a-dar, domados pelos que os exploram, nos exploram e nos roubam a qualidade de vida.
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Se as palavras são duras é porque o merecem. Como diria o outro: tenham vergonha! Ponham o Porto de Lisboa em Sines. Devolvam-nos o rio. Deixem-se de trair os lisboetas a troco de uns copos de três e de uma sandes de presunto rançoso.
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Quanto à CML já pouco há para dizer. O senhor Costa é uma rica prenda. Parece que só se vota em caca cá pelo burgo. Temos um Presidente que não queria tanto Estado, que só falava em iniciativa privada, que isto e aquilo, mas que agora acha que é o Estado, todos nós, que devemos suportar os devaneios das suas opiniões e práticas políticas enquanto primeiro-ministro durante cerca de dez anos. Temos um primeiro-ministro que é aquilo que se sabe. Temos uma oposição com múmias paralíticas, temos os políticos que sacam, sacam, erram, erram... e nem se cansam. São sempre os mesmos.
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Triste conclusão: OS JAVARDOS TOMARAM O PODER, APODERARAM-SE DO PAÍS.
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Mas não acham assim os perrapados estivadores, nem os calhaus dos portugueses que tardam em dar uma lição aos autores deste Estado Falhado.
Fiquem-se com a notícia, do Jornal de Notícias, documentem-se bem, com muito mais notícias... e vejam bem quem são os javardos. Cá por mim vou emigrar, fugir deste chiqueiro.
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Estivadores ameaçaram e injuriaram Sousa Tavares

Escritor só saiu da Câmara de Lisboa com escolta policial por se opor a obras na Doca de Alcântara
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NUNO MIGUEL ROPIO

Com ameaças e impropérios. Assim foi recebido esta quarta-feira pelos estivadores do Porto de Lisboa, junto à Câmara Municipal, Sousa Tavares, líder do movimento de cidadãos contra o alargamento do terminal da Doca de Alcântara.

Cerca de 200 trabalhadores aguardaram a chegada do escritor, aos Paços do Município de Lisboa, pelas 15 horas, para o insultar e tentar coagir fisicamente. "Vai mas é escrever livros para o Porto" ou "javardo" foram as frases disparadas violentamente, em uníssono, contra Miguel Sousa Tavares, que contou com a protecção da Polícia Municipal.

O escritor e jornalista tinha sido convidado pelo presidente de Câmara, António Costa (PS), para participar na discussão sobre o alargamento do Porto de Lisboa, como representante do movimento de cidadãos "Lisboa é das pessoas. Mais contentores, não", que lançou uma petição, onde pedem a revogação do decreto-lei que prevê não só a triplicação do terminal de contentores de Alcântara, como a renovação da concessão de exploração da Liscont [do grupo Mota-Engil] até 2042.

Sousa Tavares acabou, uma hora depois, por abandonar a reunião pública quando se apercebeu que estava prevista uma apresentação prolongada do projecto de alargamento de Alcântara, a cargo de Manuel Frasquilho, presidente da Associação do Porto de Lisboa (APL). "Não fui convidado para uma sessão de propaganda da APL. Ainda se mostrassem o contrato que assinaram", alegou, considerando que o protesto dos trabalhadores não passava de uma acção concertada.

O jornalista teve então de se refugiar no primeiro andar, onde fica o Salão Nobre da Câmara, descer pelo elevador de Costa e sair pela porta lateral, junto à Igreja de São Julião. Acabou por sair num carro descaracterizado da Polícia Municipal, que o levou ao seu veículo pessoal.

Ao JN, João Alves, da direcção do Sindicato dos Estivadores do Porto de Lisboa, Centro e Sul, explicou que "os 900 mil contentores previstos com o alargamento são o movimento de um ano". "Não vão estar ali todos concentrados. O que não cresce nesta actividade morre e o nosso maior concorrente é Tanger. Há aqui espaço para criar mais 400 ou 500 postos de trabalho", disse. "Esse senhor [Sousa Tavares] tem de perceber que quem é manipulado é ele e que está a colocar o nosso trabalho em causa. Não estarão aqueles senhores das Docas por detrás desse movimento?", questionou, ainda, o dirigente.

A petição do movimento, que integra os Concessionários da Doca de Santo Amaro, pretende que Assembleia da República analise reivindicações que nela constam. Segundo Miguel Sousa Tavares, ontem, às 16 horas, o documento já tinha sido subscrito por cinco mil pessoas.

Segundo Manuel Frasquilho, o Porto de Lisboa tingirá um ponto de saturação em 2013, daí a necessidade de alargamento da infra-estrutura."Os edifícios existentes serão demolidos porque não cumprem as suas funções. Falamos de alturas que atingem os 17 metros. Os contentores, com o alargamento, empilhados não ultrapassam a cota dos nove metros", frisou, durante a apresentação ao executivo municipal (ver caixa).

O presidente da APL salientou ainda a retirada de mil camiões da capital, quando o porto estiver ligado por túnel ferroviário à Linha de Cintura. O projecto de ampliação do terminal será enviado à autarquia na próxima semana para esta dar um parecer sobre a obra.
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* Repare-se num pormenor interessante: "Mais contentores, não", que lançou uma petição, onde pedem a revogação do decreto-lei que prevê não só a triplicação do terminal de contentores de Alcântara, como a renovação da concessão de exploração da Liscont [do grupo Mota-Engil] até 2042."
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Do grupo Mota Engil? Qual? Aquele onde o senhor engenheiro Jorge Coelho - ex-ministro - do PS é um afortunado "patrão"? Olhem as coincidências, hem!
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Pois...
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HÁ MALANDROS EM TODOS OS LADOS DO GLOBO

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Em todo o lado do Globo há malandros. Também na Indonésia existem, como em Timor-Leste, na Austrália, na Ásia, na Europa, Américas ou em África. Uma dúzia de tamil estão a ser vítimas desses malandros e empancaram em Timor-Leste julgando que estavam quase na Austrália… mas o quase é muito longe.

Pobres coitados que vieram sendo enganados por indivíduos sem escrúpulos desde a sua conturbada pátria, a milhares de quilómetros de distância. Teriam a sorte de chegar a boa terra… há umas dezenas de anos atrás, mas atualmente tudo está diferente. Agora já existem timorenses tão egoístas quanto quaisquer outros humanos do globo. Agora já existem timorenses que se esquecem de que também eles têm sido bafejados pela solidariedade de imensos cidadãos do mundo e que também por isso o país deles é um país. E que por ser um país deve saber observar todo o apoio e proteção que os refugiados de qualquer nacionalidade ou pigmentação merecem.
Sinto muita tristeza por constatar que já existem timorenses tão esquecidos, egoístas, e que brincam com um assunto tão sério.

Evidentemente que os tamil falaram do pior modo sobre como foram recebidos em Timor-Leste. Até consideram as pedras piores que as balas. Também deve ser evidente que eles estão muito desorientados. Mais evidente é ainda que o governo timorense deve dar-lhes todo o apoio e proteção, cumprindo o estatuto dos refugiados das UN. Se for o caso, a própria UNMIT deve ter o que fazer e uma palavra a dizer.

Uma certeza tenho: não é preciso procurar muito para encontrar verdadeiros timorenses, dos que honram o saber receber dos seus antepassados. Vai ser a sorte merecida dos tamil. Muito obrigado a esses meus irmãos do mundo e do país e povo que guardo no meu coração.
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domingo, 26 de outubro de 2008

QUEM QUISER SER DITADOR COMPRE UMA QUINTA E QUE O SEJA

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Às vezes deparo com opiniões que por mais que as respeite não posso deixar de as rejeitar, de as contestar, de as procurar entender, aprofundando-as e reciclando-as de modo a que lhes chegue ao entendimento, mas, confesso, por vezes não consigo.

Não creio que política tenha a ver com ódio. Não compreendo que por política se mate, se odeie, se torture, se exclua ou se cometam atrocidades. Não compreendo que não se bastem a confrontar ideias e se aceitem as opiniões desde que sejam permanentemente pacíficas e honestas, transparentes.

Como àquilo a que actual e historicamente chamam política o que se vê é assassinatos, é a lei do mais forte, é a selvajaria, é o domínio das maiorias por insignificantes minorias, é a sede de poder pelo poder, a sede do enriquecimento imoral, corrupto e de atropelo aos socialmente mais debilitados, rejeito ser um político, bastando-me simplesmente, por agora e enquanto puder, partilhar as minhas opiniões sobre o que denominam política, mas que mais não é do que a arte do engano dos povos para tirar vantagens e benefícios somente para pequenos grupelhos de identificados seres desumanos.

Porque essa “política” não é a minha, não sei o que é ódio e muito menos participar na violação das vidas da maioria da população mundial. Quando se é verbalmente contrário às práticas e ideias de alguém e se é só isso mesmo esse ser humano merece-me respeito mas também combate na denúncia da discórdia, no anúncio daquilo que penso e desejo.

Quem quiser ser ditador que compre uma quinta, com ou sem abóboras, e o seja para os seus animaizinhos, até que chegue a protetora dos animais e o processe. Problema dele… ou deles, os ditadores.

Por outro lado, preocupa-me seriamente que as pessoas tenham memória tão curta e que sejam elas próprias, os povos, a eleger ditadores, a defendê-los até que também caiam nas suas garras. Um ditador emergente poderá vir a ser um grande ditador, um sanguinário. A história está repleta de exemplos. Não é com ódios que os derrubamos - lá porque um burro nos dá coices não quer dizer que nos ponhamos de quatro e façamos o mesmo - mas devemos fazer-lhes frente, desmascarando-os e retirando-lhes o apoio.
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TIMOR 2018

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Dili – XTVRJ – 26Out2018 – O ditador Xanana Gus-Mau inaugurou as novas instalações da PPTL, Polícia Política de Timor-Leste, que teve a cobertura televisiva da XTVRJ, Xanana Televisão Rádio e Jornais, e demais associados da comunicação social do nosso país.

As instalações foram inauguradas na presença de mais de uma dezena de estadistas convidados para o evento, General Pinochet, Idi Amin Dada, Hitler, Staline, Mugabe, Bush pai e filho, Howard, Sukarno, Suharto, Mao e muitos outros ditadores que mantêm relações próximas e de grande amizade com o nosso herói, mentor e dono, Sua Excelência Alternadíssima, Reverenda, Venerada e Exultada, Kay-Kay Rala-Rala-Rala Xanana Gus-Mau.

Após a cerimónia o Exultado Xanana Gus-Mau disse que hoje era um dia muito especial para o país “porque acordei muito bem disposto e decidi libertar dois dos prisioneiros políticos dos dez mil e setecentos registados no último censo de há cinco anos, o que vem provar a minha magnanimidade e transparência nos destinos da nossa nação democrática, pacifica, sem contestações e toda mansinha às minhas ordens”.
Apurámos que os libertados eram Nandinho Lasama e Luís Guterres.

Em representação dos estadistas presentes, John Howard foi o porta-voz. Regozijou-se pela ordem social existente em Timor e elogiou a superior liderança do Venerável, Alternadíssimo e Exultado Xanana Mau, recordando nas suas palavras que “este é um dia para nunca mais esquecer e relembrar que estavam certos os desígnios que ambos traçámos desde 2005 para afastar os agitadores sociais e políticos que queriam levar o país à ruína e aos desaires das manifestações e liberdades selváticas de fazerem, dizerem e escreverem tudo que lhes dava na real gana constitucional”.

Posteriormente a comitiva rumou ao Palácio de Marfim, Jade e Platina, residência oficial do casal Kris-Xanana Mau. A multidão ululava nas saudações devidas ao cortejo e os timorenses menos empenhados eram chicoteados ou abatidos in loco no caso de reincidência por falta de empenho energético a saudarem o ditador.

Registou-se também um pequeno incidente com uma viatura da Telecom Xanan que quase fez o cortejo parar. O condutor da Telecom Xanan alegou que foi o carrinho dos gelados Xanan Ice que o obrigou a abrandar, mas o incidente foi rapidamente resolvido. Ambos foram abatidos e logo recolhidos em viatura fúnebre da Xanan Fast Death, que os encaminhou para o Xanan Cemitery Big Fire.

Alguns membros da comitiva assistiram e elogiaram a eficiência e organização deste Estado Totalitário, em que quase não se ouve um ai nem um piu sem ordens superiores do Alternadíssimo e Exultado Xanana Mau.
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Nota: Este é um texto de ficção, qualquer semelhança com acontecimentos em data futura não é coincidência.
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domingo, 19 de outubro de 2008

PORQUE NÃO VENDEM TIMOR-LESTE?

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Base de licitação: DOIS MILHÕES DE MILHÃO?

Estou a chegar à conclusão de que há timorenses que se incomodam pelo facto de estrangeiros solidários terem opiniões e comentarem a situação no país, criticando este e aquele, mas muito mais Xanana pelo que tem vindo a fazer, por estar a representar uma grande desilusão. Estranho que esses indivíduos reajam agora assim e não se lembrem de que por mais de duas décadas foi desses estrangeiros que receberam a solidariedade que ajudou e permitiu que hoje Timor-Leste já não esteja ocupado pela Indonésia. Memórias curtas.

Nunca será por isso que pela parte que me toca deixarei de opinar sobre a vida e a situação em Timor-Leste, nem de gritar bem alto que Xanana Gusmão representa uma grande desilusão pelos métodos que usa em nome da defesa dos interesses dos timorenses e de Timor. Quem usa a violência pura e dura, assim como métodos rebuscados e desleais, nunca poderá ser boa pessoa e muito menos bom líder de um país.

No caso de Timor-Leste, no exemplo de Xanana Gusmão, conclui que os métodos que utiliza para ser detentor do poder igualam-se, na devida proporção, aos de muitos ditadores e carniceiros do estilo de Mugabe ou de Nino Vieira, por exemplo, e que não recuarão se considerarem ser útil para os seus objectivos haver chacina e destruição. Indivíduos assim serão um dia condenados pela história e pelos povos, eu, como outros, só nos estamos a antecipar.

Estou convencido de que teria sido muito mais frutuoso e melhor para Timor Xanana ser aquilo que pensávamos que era: impecável, decente, honesto, democrático e amigo do povo que o elegeu seu líder. Estou convencido de que se Xanana Gusmão tivesse deixado o governo da Fretilin terminar o seu mandato e se após ter acabado o seu como PR formasse um partido para propor as suas ideias pacíficas e decentes, certamente teria atingido uma votação de vantagem clara para ser um legitimo primeiro-ministro e não um primeiro-ministro saído de “engenharias” de circunstância.

Nada foi assim, antes pelo contrário. A confusão foi e é mais que muita. Ninguém se poderá surpreender que depois de tanta jogada política suja consideremos que aquele não seja o Xanana que nós julgávamos ser: firme, honesto e leal aos princípios da paz, da justiça, da liberdade, da democracia e da transparência. Muito menos se devem surpreender por a maioria estar convencida de que Xanana tem tudo a ver com o 11 de Fevereiro e a execução de Alfredo Reinado. Sabia-se que Reinado não prestava e que estava a ser manipulado desde o princípio. Ora se foi Xanana que teve mão nele e lhe ordenou que se aquartelasse em Maubisse, quem nos convence que não era Xanana que o estava a manipular?

Alfredo Reinado disse-o com todas as letras. Todos acreditámos. Os antecedentes assim demonstravam. Consideradas declarações inconvenientes – note-se o pavor de Xanana ao ameaçar jornalistas – optaram por eliminar Reinado, calá-lo.

Não acredito que José Ramos Horta não esteja dentro do assunto, mas também não acredito que tenha sido por acaso que o tentaram eliminar, nem acredito que Xanana indirectamente nada tenha a ver com isso. Nem acredito que alguma vez saibamos a verdade. Nem acredito que Xanana tenha sofrido um atentado. Nem acredito que Horta tenha coragem para fazer frente à situação. Ele é um camaleão que se vai adaptando conforme as suas conveniências, quanto mais velho mais camaleão. Uma ou outra vez em que parece acertar… não passa de folclore. Ele vai para onde bate o vento. Hoje diz assim, amanhã já diz outra coisa, por medo ou por conveniência, nunca por convicções. Exactamente por isso lhe encontramos tanta dualidade de critérios, tanta contrariedade de declarações e intenções – a que ele chama pragmatismo. Uma ova, Zé Ramos de 70!

Perante o quadro referido, por experiência, é difícil, ou impossível, esperarmos que Timor-Leste venha a ser um país exemplar, justo e feliz, como perspectivávamos. Mesmo assim, apesar de tudo, pela parte que me toca ainda tenho umas réstias de esperança que tudo melhore, até mesmo que Xanana se aperceba da trampa que tem andado a fazer, do jogo sujo em que tem alinhado e que se emende, que volte para a decência que julgávamos haver nele.

Ah, e a Fretilin? Ele (eu) não refere o Mari? Não fala das porcarias que a Fretilin fez em 74/75?

Pessoalmente nunca estive de acordo com aquilo que aconteceu em 74/75, mas sei que tudo que aconteceu não foi só responsabilidade da Fretilin mas sim de todos os intervenientes, incluindo Maggiolo Gouveia, que parecia querer ficar “rei” na “terra de cegos”, como ele dizia. Para mim esse foi um traidor do meu país e do meu exército, que erradamente foi sepultado como herói. Há muitos assim, em Portugal e por todo o mundo. Em 2006, se a Fretilin estava a governar mal e estava a ser contestada, nas eleições seria derrubada. Era assim que deveria ter sido. Chacinas e destruições nada têm a ver com democracia, paz, justiça e bem-estar do povo.

Foi ontem, no chat do TLN. Em “conversa” sempre inacabada e limitada por 150 palavras de cada vez, entre mim e o Alfredo br, conhecido dos comentários idos do TLN, que eu ironizava e dizia sobre venderem Timor-Leste por um milhão de milhões de euros e que dessem um milhão a cada timorense para se governarem (e bem). Claro que Timor-Leste vale muito mais do que um milhão de milhões de euros se considerarmos o que vão extrair no Mar de Timor e depois onshore, para não falar do resto. Valerá até três milhões para cada timorense, mais, muito mais.

Claro que isto é estapafúrdio mas no campo da ficção, juntando-lhe alguma realidade, podemos concluir que se acabavam as guerras internas. Cada um pegava no seu milhão, ou milhões, e ia à vida. Acabavam-se os timorenses e Timor mas também a fome, os sofrimentos, a sede de poder, o chiqueiro político…

Era exactamente isso que julgávamos que iria acontecer em Timor. Muitos julgaram que os timorenses iam deixar-se de embarcar em divisões partidárias e étnicas mas eis que surgem uns espertos que semeiam exactamente esses componentes, principalmente com Xanana a representá-los em 2006 nos seus discursos inflamados, ladeado da sua esposa e da cambada que cavou a insustentabilidade de Timor para mundo ver, para timorense sofrer e morrer, para melhor explorarem o que aos timorenses pertence.

Esta prosa está estravagante e enorme. Até pareço os escribas do Xanana a escrever. O melhor é terminar e preparar-me para as críticas dos que não concordam nadinha comigo e onde eu tenho a preocupação de procurar aprender alguma coisa. Isso por vezes acontece. Espero que desta também. Como gosto de títulos bombásticos e que abanem os “capacetes” não se admirem do título desta prosa. Talvez seja um título sugestivo para Zé Ramos, pela pose da foto em cima acho que ele vai pensar nisso… e que Deus nos perdoe.
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sábado, 18 de outubro de 2008

LETRAS PROTESTAM FILHOS DA P

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Eu só queria definir certos gajinhos e gajinhas que andam por ai na política, nos governos e organizações chulas que inventam para encherem as peidolas uns aos outros. Decidi defini-los por Filhos da P porque acho que está errado aplicar mais letras, completar. Não gosto de ordinarices.

Para quem é educado e sabe respeitar tudo e todos, até os Filhos da P, a definição está correta, é civilizada, é como mandam os manuais da boa educação… Sei que assim estamos certos. Pois foi, mas qual quê, qual Filhos da P? E a contestação que logo rebentou?! Imediatamente as outras letras fizeram uma chinfrineira do caraças. Porra, dasse!

Boa educação é coisa que já não há. Por tudo e por coisa nenhuma todos contestam, todos pensam que eles são quem sabem e que os outros, os doutores e engenheiros, são verbos de encher. Por qualquer coisinha dizem logo que estamos a descriminar, acusam qualquer bem intencionado educado de que é xenófobo, racista, fascista, comunista… só não lhe chamam é democrático. Imaginem que agora até as letras sabem manifestar-se por tudo e por nada. Já não se pode escrever Filhos da P por boa educação sem que as outras letras não contestem e até sejam ordinárias e nos acusem de descriminação. Eu, que só por boa educação não usei o U, o T e o A nos filhos da P. Que exagero, que injustiça. Que falta de educação. Que mentes perversas.

Com certeza que não posso referir-me assim de políticos, de deputados, de ministros, de presidentes da república ou dos reinos, nem de juntas de freguesia, de tribunais, nem dos grandes empresários, nem dos banqueiros, nem dos governantes que sabemos, nem daqueles que não sabemos mas que até achamos que também devem de ser, e mais, e muitos mais que nos andam a tramar.

É uma questão de boa educação e não será um U, um T, um A ou outra letra qualquer que me leva a ser ordinário. Não, isso é que não. De Filhos da P não passo. A não ser que uns sejam filhos da P, outras da U, outros da T e outros da A. Certo, nesse caso já são filhos de chifrões ($) diferentes. Será?
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A FOME É NEGRA

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Esta provem das habituais remessas de humor enviadas pelo meu gentil fornecedor Luís Baptista, selecionei-a aleatóriamente entre imensas que talvez ainda aqui publique se a situação ficar muito mais preta - parece que as falências estão a começar em força por esta nossa Europa, há muitas empresas a fechar, vai haver muito mais desemprego, caminhamos para a fossa... e temos de fazer alguma coisa.
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Enquanto os grandes sacanas refundem as fortunas e dizem que estão tesos. Enquanto os governos lhes vão dando aos milhões para ver se não fecham portas nem provocam mais desemprego. Enquanto os tais sacanas abafam tudo e se abotoam às massas dos contribuintes descaradamente festejando em esplendorosos resorts... nós rimos para não chorar.
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Mesmo assim, o que nos resta é rir, encarar a "crise" com humor e papar umas sereias com vinho martelado por não haver dinheiro para mais. Façamos de conta que tudo está bem, que os sacanas não nos estão a tramar, que esta Europa é um oásis para os cidadãos europeus e nem nos lembremos que a fome é negra.
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

SEM FOME E POBREZA NÃO HAVERÁ RIQUEZA CONCENTRADA

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Ontem foi o dia da fome, ou coisa que o valha, hoje é o dia da pobreza, o que vai dar no mesmo, ou quase. Os pobres são mais que muitos e são esses os esfomeados. São esfomeados a todos os níveis mas principalmente têm fome de Justiça, mas para isso os governos não estão cá. Como podem, se deram as mãos à alta finança, aos exploradores, aos causadores da fome. Como podem eles estragar o mercado, as reservas de mão-de-obra dos exploradores. Se não houvesse miséria também não existiriam os donos dos políticos e das grandes fortunas.

Repare-se na fineza, na astúcia, na capacidade de chacina política e intelectual que esses mesmos políticos têm. Olhemos para aquilo que a nova (nova?) imperatriz do PSD, D. Manela, está a fazer em relação ao seu suposto antagonista Pedro Santana Lopes.

Lopes está a ser “empurrado” para se candidatar à Câmara de Lisboa, Pacheco Pereira, diz que ele é a “imagem da derrota” e não apoia, apesar de ser apoiante de Manela, outros estão com Pacheco e desaprovam a escolha e Manela está de pedra e cal apoiando a candidatura de Pedro Santana Lopes. Porquê?

É certo e sabido que enquanto Lopes não tiver um tacho que o satisfaça não se vai calar e continuará a desgastar a imagem de Manela, continuará a chatear tudo e todos no PSD, não se calará. Torna-se evidente que Manela tem de fazer alguma coisa a este incomodativo exemplar das carraças políticas.
“E porque não despachá-lo para a Câmara Municipal de Lisboa”, perguntou Manela aos cacos do seu espelho, que, assustado, se tinha acabado de partir ao reflecti-la.

É assim, na política vale tudo. Santana não presta, pôs Lisboa de pantanas, gastou à toa os dinheiros dos lisboetas… mas a senhora quer despachá-lo para os lisboetas que é para que Santana Lopes não a incomode. Ela está-se nas tintas para a honestidade de fazer a melhor escolha para Lisboa. Ela quer é safar-se. Ela está-se nas tintas em escolher o melhor para os portugueses. Ela quer é safar-se. Ela quer ser primeira-ministra, fazer uma dupla com caduco Cavaco… e então é que vai ser uma grande rebaldaria. Se já há fome passará a haver mais, se há pobreza mais haverá. Em compensação os ricos ficarão mais ricos e disporão algumas migalhas para os repelentes políticos da nossa praça.
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É sempre a mesma coisa, a pobreza e a fome continuarão enquanto existirem exemplares destes para defender os interesses daqueles que nos exploram e especulam por tudo e por nada.
Haja fome e pobreza… para haver riqueza concentrada em meia-dúzia de patrões dos políticos, donos de países e do mundo.
Avante cambada!
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CAMELOS DA CIDADE

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camelos no deserto*


Ouvir noticiários e desfolhar as páginas da blogosfera é tónico para alguma imaginação mais ou menos bem disposta mas de algum modo satírica, antevejo. Não sei o que daqui vai sair mas de uma coisa tenho a certeza: a prosa vai ser sustentada numa cáfila qualquer. Avancemos e depois logo se vê, mas que aqui há camelos não ponho dúvidas.

Provavelmente camelo sou eu em andar a escrevinhar, a postar e a tomar a blogosfera por passatempo para depois aparecerem meia-dúzia de camelos e mandarem vir ainda mais que eu, mas onde sou eu o visado, o camelo cheio de defeitos e inconveniências, o camelo feio. É assim, quem não arrisca não petisca e não é por isso que se deixa de ser camelo.

Toda esta camelagem de prosa porque estive a ouvir o noticiário na rádio e a visitar blogues, em simultâneo, entre os quais o Timor Cartoon, de João. Muitos cartoons de camelos têm sido ultimamente lá postados, sob o título Camelos do Deserto. Cá para mim deu-lhe aquela de desenhar camelos porque se fartou de ver camelos em Timor-Leste, digo, na Austrália, no deserto. Foi então que me lembrei dos camelos da cidade.

A olhar para aqueles camelos e a procurar as razões da obsessão do autor reparei que no noticiário só se falava de camelos, dos camelos da crise. Sobre os camelos que deram origem à “crise” e dos camelos que estão e vão ter de aguentar a crise. Havendo ainda uns outros camelos que através dos microfones falavam de um Orçamento Geral do Estado para o ano que vem, ano fiscal, com imensas promessas. Até aqueles camelos sabem que 2009 é ano de eleições. Dão tudo apesar da “crise”. Dão tudo não, dizem que dão, e há camelos que acreditam

Camelos são os povos, os portugueses, em acreditar nos oásis desenhados pela cáfila política que sempre nos engana e mais ainda quando das eleições. Que pena, os camelos não saberem dar coices, dizem que só mordem. Por isso entendo que em Portugal tenha existido a preocupação de eliminar do Serviço Nacional de Saúde os dentistas, já lá vão muitos anos. Pudera, não fosse a maioria dos camelos ferrar os dentes nas cáfilas políticas. Assim, desdentados, é que não pode ser nada.

Lá vamos aguentando. Muitos acreditando nas mentiras que aqueles camelos dizem. Ainda mais que muitos não acreditando mas sendo camelos suficientes para se deslocarem em caravanas no deserto de honestidade dos comícios partidários, dos convívios e jantares onde nunca chega crise nenhuma porque o dinheiro não falta aos partidos para nos embrulharem e deitarem fora… até às próximas eleições, ressurgindo devidamente reciclados. Ou seja, mais e melhores camelos. Que cáfila!

* Como será que João vê os Camelos da Cidade?
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domingo, 12 de outubro de 2008

OS POBRES QUE PAGUEM A CRISE

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Nada percebo de economia, a não ser a doméstica ou a de que tenho de saber gerir determinada verba para obter determinados objetivos no exercício da minha profissão, sem que tenha de requerer reforços dessas verbas.

Se o conseguir serei um bom e honesto profissional, caso contrário serei um coirão igual a tantos outros que por aí andam, que se queixam de que houve imprevistos, e tal, e coisa, mas não sabem reconhecer que planificaram mal ou deixaram andar tudo na confusão porque sempre podem meter algum aos bolsos. Dou-vos um exemplo: nas produções cinematográficas ou televisivas quase nunca as verbas previstas chegam… mas podemos ver certos e incertos a mudar de carro ou etc. É só um exemplo, há os mais graves e vultosos. São roubos.

Desta feita, como quase sempre, a situação é globalmente gravíssima por causa dos bancos e dos tipos da massa. Os tais que compram os políticos, que encomendam e compram os trastes que depois são ministros disto e daquilo, primeiros-ministros e presidentes ou até deputados, presidentes de câmaras, de juntas de freguesia ou aquilo que lhes der vantagem.

Ora, parece que esses tais, donos dos políticos, grandes banqueiros, empresários e seus clones, criaram uma crise dos diabos porque se esticaram demasiado nas operações do vigário em que costumam ser peritos e agora dizem que estão sem capital, patati-patatá.

Os seus fieis políticos, usando os plenos poderes que estupidamente os zés-povinhos da globalização lhes conferem por serem enganados, prontificaram-se a cumprir as vozes dos seus donos e andam numa azáfama nunca vista a ver como lhes podem dar mais dinheiro. Dinheiro? Milhões! Bilhões! Triliões!

Mas, será que esses tais endinheirados banqueiros e empresários estão mesmo na bancarrota? Não! Eles não!
Será que se viram na contingência de venderem todos os seus valiosos bens? Será que as contas bancárias estão a zeros? Será que passaram a comer esparguete com salsichas de lata em vez de caviar? Não! Claro que não! Eles continuam na maior!

Tanto quanto se sabe até andam a festejar o sucesso dos seus funcionários políticos nos acordos que têm feito para injetarem triliões nas suas empresas. Ainda há pouco se soube de uns marmanjos que gastaram a módica quantia de 400 mil euros numa festarola para comemorarem uma injeção financeira do governo dos EUA nas suas pseudo desfalcadas empresas.

Mas há mais. Não se pense que estes foram os únicos a terem 400 mil euros para festejar. Eles têm as massas todas, criam a crise, dizem que estão tesos e os pobres contribuintes que paguem a crise. E pagam, graças aos nojentos políticos que se venderam mas que todos faustosos, inchados, andam que nem pavões julgando-se alguém quando afinal são somente uns pobres homunculos sem escrúpulos que se vendem por um prato de lentilhas, atropelando os interesses de quem os elege, de quem trabalha, de quem cria a riqueza que eles exploram.
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

OS FILHOS DA PIDE

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VOLTA PIDE, ESTÁS PERDOADA

Há alguns anos atrás grandes sabedores da administração pública deram luz verde para que a sede da PIDE em Lisboa fosse transformada num condomínio fechado e que os locais onde os portugueses antifascistas foram torturados e assassinados desaparecessem sob a casa de espaços adquiridos por gentes endinheiradas que espezinharam e espezinham a luta e sofrimento dos que lutaram durante décadas pela libertação de Portugal, alcançada em 25 de Abril de 1974.

A sede da PIDE, que devia ser um museu que preservasse a memória desses tempos, desses sofrimentos e dessas lutas foi branqueada. Foi transformada para que os vindouros não se apercebam de como é fácil caírem nas mãos de políticos sem escrúpulos tipo Salazar, tipo Cavacos, tipo Sócrates e outros, que nada tiveram a ver com essa luta, com esses sofrimentos - autênticos filhos da PIDE, no dizer de uns quantos septuagenários revoltados com a não preservação da memória dos portugueses desses tempos.

A lavagem das memórias naquele espaço lisboeta já lá vai, disso nem se fala e o avanço continua, o avanço dos que continuam querendo apagar memórias. Hoje, como no caso da sede da PIDE em Lisboa, fala-se de apagar um outro bastião da luta antifascista, um outro bastião de sofrimento dos portugueses: o Forte de Peniche.

FORTE DE PENICHE, UMA POUSADA

Já se fala da intenção de fazer do Forte de Peniche uma Pousada. O Forte de Peniche foi palco das maiores atrocidades do regime salazarista mas o que é que isso importa?
Actualmente é um museu temático que faz reviver minimamente aquilo que por lá se passou há décadas. Depois do Tarrafal, do degredo, era a prisão principal do regime fascista, onde muitos valorosos portugueses definharam e morreram. Era onde às vezes, as famílias conseguiam ver os seus familiares quase cadáveres em visitas esporádicas tristes e tementes. Era o forte do terror daqueles tempos. É o pouco que ainda resta para a preservação da memória daqueles tempos negros e daquele regime. É agora o alvo dos Filhos da PIDE. Apagar, apagar sempre.

Evidentemente que os actuais apossados do poder estão interessados em apagar aqueles exemplos. Será conveniente, para que os jovens de agora os ignorem e os emergentes Filhos da PIDE possam voltar a fazer o mesmo ou pior, aproveitando-se das novas tecnologias.

Dirão os Cavacos e Sócrates que são democratas, que estas palavras são um exagero e até injustas. Como injustas? Não tem sido a laia deles que tem vindo sistematicamente a apagar esses ícones das nossas memórias terriveis? Não tem sido essa laia a dirigir o país? Não temos actualmente em vigor uma “bisbilhotice airosa” da vida dos portugueses em nome da segurança? Não se registam actualmente comportamentos desviantes de polícias? Sabemos por ventura de modo verdadeiramente transparente quais as actividades de certas polícias?

O cidadão comum não sabe, não fiscaliza, nem pensa sobre isso, até ignora que tem o dever de preservar o seu direito às memórias, à sua liberdade de estar informado e preservar a memória desses tempos horríveis para as gerações vindouras. Para que os fascismos não se repitam, seja qual for a capa com que surjam e em nome daquilo que for.
Fascismos nunca mais! Ouviram, seus Filhos da PIDE?!
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A REPÚBLICA PORTUGUESA ESTÁ DE RASTOS

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Sim, senhor Presidente
QUEREMOS TODA A VERDADE

Ontem, 5 de Outubro, comemorou-se mais um aniversário da implantação da mesma em Portugal. As cerimónias oficiais foram presididas por Cavaco Silva, quarto presidente eleito pos-25 de Abril. No seu discurso Cavaco Silva pediu e fartou-se de falar da “verdade” que nos devem, como podem ler em artigo abaixo transcrito e extraído do jornal “Público”.

Sem sombra de dúvidas que as palavras ontem proferidas pelo PR são verdadeiras. Ele disse coisas muito sérias. Coisas que, como sempre, esbarram na couraça da indiferença do revelado mentiroso Sócrates, que quase nada do que prometeu faz. Ele disse verdades, pediu verdades mas omitiu uma verdade. Só por isso podemos concluir que não é absolutamente verdadeiro, apesar de não estar a ser mentiroso.

Cavaco Silva, actual Presidente da República, esqueceu-se de dizer uma verdade: “o país está uma lástima e eu também tenho muitas responsabilidades nisso, porque devo ter feito muita trampa quando fui primeiro-ministro”.

Ora se Cavaco Silva se iliba dos males que nos afectam o que podemos nós esperar deste políticos que “nunca erram e raramente se enganam”?

Cavaco Silva foi primeiro-ministro de Portugal durante dez anos e já lá vão mais de dez anos. Ora se os jovens estão com problemas sérios, se os velhos estão com problemas sérios, se Portugal está com problemas sérios… não será que Cavaco Silva também tem responsabilidades nisso?

Pois é, esqueci-me que ele nunca erra e raramente se engana. Mesmo assim, queremos toda a verdade e num Presidente da República só lhe pode ficar muito bem. Assumir os erros que possa ter cometido no exercício de funções anteriores às que actualmente desempenha. Afinal, também é seu o contributo para que a República esteja tão de rastos.

CAVACO SILVA
PEDE “VERDADE” PARA SUPERAR AS DIFICULDADES

Joana Ferreira da Costa - Público

O Presidente fez um diagnóstico dos tempos difíceis que o país atravessa, mas deixou mensagem de esperança aos portugueses

Verdade. A verdade contra a ilusão que "é fonte de descrença". Verdade, palavra repetida vezes sem conta, ontem, pelo Presidente da República nas comemorações do 5 de Outubro, em que reconheceu que o país vive momentos difíceis. Uma realidade que não pode ser "iludida pelos agentes políticos", disse Cavaco Silva, desafiando os portugueses a não baixarem os braços e estabelecendo um conjunto de prioridades políticas.

De manhã, na Praça do Município, em Lisboa, Cavaco Silva quis deixar claro que reconhece as dificuldades que os portugueses enfrentam no dia-a-dia. Falou das famílias que lutam para pagar os empréstimos à habitação, dos idosos cuja "reforma mal chega para as despesas essenciais", daqueles que ficaram desempregados, das novas formas de pobreza e exclusão social. "O que é vivido pelos cidadãos não pode ser iludido pelos agentes políticos", afirmou o Presidente. "Quando a realidade se impõe como uma evidência, não há forma de a contornar", frisou.

Durante o todo o discurso, Cavaco Silva salientou a necessidade de se falar verdade, demonstrando que é sensível às críticas generalizadas da oposição, que tem acusado o Governo de mascarar a realidade do país com acções de propaganda. "A verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença", frisou.

"Tempos difíceis"

O chefe de Estado fez questão de falar nos "fracos índices de crescimento económico" de Portugal, da "insustentável tendência de endividamento externo", das profundas disparidades regionais e de uma situação internacional pouco favorável. "Os tempos são difíceis, mas a vontade o querer dos portugueses terão de ser mais fortes", disse Cavaco. "Somos capazes de vencer quando os desafios são maiores", defendeu. "Não se deixem vencer pelo pessimismo e pelo desânimo."

Para que Portugal possa regressar ao caminho da "convergência real com o desenvolvimento médio dos países da União Europeia", o Presidente enumerou ontem um conjunto de prioridades políticas: o combate ao desemprego, o reforço da competitividade das empresas e a necessidade de uma aposta contínua numa educação de "exigência" na qualificação. E lembrou que o Estado tem de garantir a justiça e a segurança, mas não pode "esquecer aqueles que têm muito pouco, os mais frágeis e desprotegidos".

Sócrates gostou

Imune às críticas, o primeiro-ministro, José Sócrates, sublinhava no final da cerimónia nos paços do concelho a "consonância perfeita" entre o discurso do Presidente da República e o Governo. "Gostei muito do discurso", afirmou Sócrates. "Como tenho sempre dito, as dificuldades do presente resolvem-se com acção, com vontade, com ambição e não com um baixar de braços".

Às prioridades de actuação política defendidas por Cavaco Silva, o primeiro-ministro responde com a estabilidade das contas públicas e as medidas sociais do Governo. "Há três anos, Portugal tinha uma gravíssima situação financeira, mas agora já não temos esse problema", defendeu.

Sócrates fez também questão de sublinhar as "muito importantes" políticas de combate à pobreza. "Nestes últimos três anos, saíram da pobreza mais de 130 mil idosos. O Governo não só fez, como está a fazer tudo para tirar mais pessoas da situação de pobreza", reivindicou.

As palavras do Presidente foram ontem recebidas em silêncio pela líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, que se recusou a falar aos jornalistas. Horas mais tarde, era o líder da bancada parlamentar social-democrata quem saudava o discurso do Presidente em declarações à Lusa. No final da cerimónia, os populares aplaudiram a intervenção de Cavaco, enquanto PCP e BE pediam críticas mais firmes à acção do executivo.

"O Presidente da República fez um diagnóstico sobre alguns dos problemas do país, mas podia e devia ter ido mais longe sobre a governação, porque estes problemas não estão desligados das políticas do Governo", defendeu a bloquista Helena Pinto.

Já o líder da bancada parlamentar comunista, Bernardino Soares, lamentou a ausência de "críticas às políticas de direita que têm sido seguidas", considerando que não se podem resolver "com muita fé e esperança" os problemas dos portugueses. Para o CDS-PP, este é um discurso realista.

"Não adianta pintar a realidade do país de cor-de-rosa. Há uma responsabilidade do Governo para encontrar soluções e não adianta que esse mesmo Governo se limite a culpar a situação internacional", afirmou António Carlos Monteiro.

António Costa aproveitou as comemorações do 5 de Outubro para pedir mais poderes para a Câmara de Lisboa.
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FAMÍLIAS DE EX-COMBATENTES MENDIGAM RESTOS MORTAIS

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VERGONHA!

É bem provável que hoje tenha acordado com os pés fora da cama mas se não foi por isso que estou virado do avesso pode muito bem ter acontecido que a “veneta” me tenha dado depois de ler umas quantas notícias e outras prosas que me tenham perturbado. Quem não quiser não me leia mas podem crer que vou por a boca no trombone… e vai a eito.

A minha alma pasma quando deparo com documentos que só têm razão de existir pelo mau trato e displicência com que os responsáveis pela governação portuguesa, ou pela Presidência da Republica, ou por outras altas instâncias (que lhes servem para adquirirem influências e encherem os bolsos) brindam os portugueses. Neste caso concreto os ex-combatentes da Guerra Colonial em Moçambique, mas há também os outros que estiveram nas outras ex-províncias - sei que na Guiné se fez algo de recuperação dos restos mortais.

Não posso pôr muito na escrita, quando não entro numa prosa de descasca pessegueiro, mas que temos políticos chulos e parasitas lá isso temos. Políticos que se apoderaram do país e tudo têm feito para branquear o nosso triste passado. Políticos que se borraram e borram para os ex-combatentes. Políticos que usam esses mesmos combatentes para caçar votos e lhes “dão” esmolas com pompa e circunstância. Até temos militares na reforma, ex-combatentes, que são uns bardamerdas que se borrifaram completamente para os seus ex-camaradas, aderindo à política declaradamente ou pela socapa, safando-se na maior, vendendo-se por estatutos generalíssimos, traindo os que compulsivamente tiveram de andar a fazer a vida negra a guineenses, angolanos ou moçambicanos.

Toda esta prosa por via de uma petição que ainda há pouco publiquei no Página Um e que esmola a recuperação dos restos mortais dos jovens portugueses que morreram nas guerras coloniais, em Angola, Moçambique e na Guiné. Neste caso a petição é referente aos combatentes mortos em Moçambique.

Então, mas passados quase 35 anos do fim das guerras e ainda há famílias portuguesas que nem os restos mortais dos seus jovens familiares podem homenagear de perto? E para que o façam têm de andar a mendigar ao actual presidente da AR para que procedam à recuperação desses mesmos restos mortais? Mas que merda de políticos, PRs, ministros, deputados e outras corjas é que temos tido a vigarizar-nos? Vê-se.

Desavergonhados. É aquilo que é esta cambada!

A PETIÇÃO

Petição pelo resgate, para Portugal, dos militares mortos na Guerra do Ultramar/Guerra Colonial

Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República Portuguesa

As cidadãs e cidadãos abaixo assinados pretendem que o Estado Português cumpra o dever patriótico de trasladar para Portugal – para as suas terras de origem, de onde partiram para a Guerra do Ultramar / Guerra Colonial - os restos mortais dos Combatentes que morreram ao serviço da Pátria e ficaram enterrados em campas espalhadas pelos antigos territórios ultramarinos.

Assim, e ao abrigo do Decreto-Lei nº. 43/90, de 10 de Agosto, com as alterações que lhe foram introduzidas pela Lei nº. 6/93, de 1 de Março, pela Lei nº 15/2003, de 4 de Junho e pela Lei nº. 45/2007 de 24 de Agosto, subscrevemos o requerimento, proposto pelo “Movimento Cívico de Antigos Combatentes”, a enviar à Assembleia da República para:

1 – Que seja decretada a trasladação para Portugal dos restos mortais dos militares mortos e abandonados em terras africanas, em cumprimento do mais elementar desígnio das nações civilizadas e para dignificar a memória dos que morreram ao serviço da Pátria.

Leia e assine em: http://www.petitiononline.com/mcac/petition.html
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domingo, 5 de outubro de 2008

DE VEZ EM QUANDO...

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ARCO-IRIS

Esta calanzeira tem de acabar, se tenho aqui uma página é minha obrigação dar-lhe continuidade. Desculpem as ausências, desculpem não prometer passar a ser mais assíduo nas postagens desta Página Lusófona, desculpem qualquer coisinha, mas fiquem sabendo que estou farto de me censurar por andar com tanta falta de vontade de escrever sobre outras coisas que não seja Timor-Leste, aliás, hei-de fazer uma repescagem e publicar aqui o que tenho escrito sobre o meu país de eleição.

Enquanto não o faço decidi dar espaço à boa disposição e ao fornecedor dela, da boa disposição, que me brinda sistematicamente com muitas e boas piadas, fotos, anedotas, etc. Digamos que é um dos meus arco-iris neste inverno da vida, cada vez mais denso, em que estou a entrar.

BAPTISTA GUTER TAG!

TELEGRAMA PARA ÁFRICA

Lisboa mandou um telex para o Instituto de Meteorologia e Geofísica Africano avisando:

1 - MANIFESTAÇÃO SÍSMICA STOP
2 - 7 DE RICHTER STOP
3 - EPICENTRO A 3 KM DE LUANDA STOP
4 - TOMAR PRECAUÇÕES STOP

Dois meses mais tarde respondem:

1 - OBRIGADO MEISMO! MANIFESTAÇÃO FOI TRAVADA.
2 - LIQUIDAMOS OS 7, MAIS NÃO APANHAMOS O RICHTER.
3 - O EPICENTRO E SEUS CAPANGAS ESTÃO TODOS DETIDOS. VAO SER FUZILADOS AMANHA.
4 - DESCULPEM SÓ AGORA NOIS RESPONDER, MAS HOUVE AQUI UM TERRAMOTO QUE IA DANDO CABO DESTA MERDA TODA.
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CORNO E ESTÚPIDO

O marido chega a casa indignado e diz à esposa:

- Encontrei aquela besta do segundo andar, armado em garanhão, e sabes o que me disse?

- Não, querido...

- Que já comeu todas as mulheres aqui do prédio, menos uma.

A esposa, que por acaso é loira, responde prontamente:

- Ahhh! Deve ser aquela nojentinha do sexto andar...
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Fornecedor: Luís Baptista
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